O final do ano consolidou o cenário de avanço na casa dos três dígitos das exportações brasileiras (e gaúchas) de ovos. Os expressivos 168,1% de aumento em quantidade e 182% em receita evidenciam um apetite global em alta, saciado pela capacidade do Brasil de fazer frente à demanda extra. Parte dessa procura veio em decorrência de episódios de influenza aviária que afetou os planteis comerciais de países como Taiwan e Japão.
— Apesar de ter chegado no nosso território, em aves silvestres, não atingiu a produção, que se manteve longe desse vírus. Por isso, o Brasil foi chamado a exportar — observou Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Segundo em volume entre os Estados que vendem ao mercado externo, o Rio Grande do Sul acumulou no ano passado a maior receita, US$ 21,01 milhões, uma alta de 134% ante 2002. E que representou uma fatia de 33% de todo o faturamento do país. E as 6,23 mil toneladas embarcadas são mais do que a quantidade do ano anterior.
Diferentemente de outras proteínas produzidas no Estado, o ovo está concentrado em uma região que não foi afetada pelas enchentes, explica José Eduardo dos Santos, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav):
— O setor acabou aproveitando essa janela que se abriu com os casos de influenza no final do ano passado nos Estados Unidos, com a crise na Europa que inflacionou bastante também. E países como Japão, Chile compraram do Brasil, que teve esse salto considerável.
O presidente da ABPA lembrou ainda que o avanço afetou o mercado doméstico — 99% da produção de ovos é para a demanda local.
— As exportações ajudaram a equilibrar o setor na produção, no custo, e a manter o ovo acessível para os brasileiros. Esperamos no ano de 2024, que inicia com boas perspectivas, a manutenção dessa cultura exportadora — acrescenta Santin.
No RS, o presidente da Asgav diz que o trabalho é para manter e ampliar esses mercados conquistados pelo ovo.