A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
O ano de 2024 deve continuar sendo de mesa farta para as exportações brasileiras de proteína animal, projeta a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A exceção à regra deve ficar com o Rio Grande do Sul. Afetado por uma série de condições climáticas extremas ao longo do ano, de estiagem a chuva forte, o Estado teve nas enchentes um dos principais fatores que desestimularam as vendas externas de frango. De janeiro a novembro, os embarques caíram 3,4% em relação ao mesmo período do ano passado, com 672,3 mil toneladas embarcadas.
– O Rio Grande do Sul acabou sofrendo um pouco mais com as intempéries climáticas. O porto fechou muitas vezes. As enchentes atrapalharam o trabalho de uma série de frigoríficos na região do Vale do Taquari – explica Ricardo Santin, presidente da ABPA.
José Eduardo dos Santos, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), completa:
– Isso fez com que a indústria no local redirecionasse seus produtos voltados para exportação para outras unidades da federação.
A perda de competitividade, com a entrada de carne de frango de outros Estados, e os custos de produção também são fatores que influenciaram na queda dos embarques, acrescenta Santos.
Com uma fatia de 21% da produção avícola do Estado, a indústria do Vale do Taquari foi a mais afetada pelas enchentes.
Na carne suína e nos ovos, o cenário do RS é outro. De janeiro a novembro, a exportação da carne suína cresceu 8,4% e a de ovos, 130,1%. Números que devem continuar avançando em 2024:
– Há boas expectativas para o reconhecimento do Estado como zona livre de febre aftosa sem vacinação por mais países, como o Japão e a Coreia do Sul. Se isso der certo, abrirá mais mercado para o RS, e também para o Paraná, que poderão vender miúdos e carne com osso – diz Santin.
Os números no Brasil
- A exportação brasileira de ovos deve crescer até 175% neste ano, com até 26 mil toneladas embarcadas. O Japão ficou entre os principais destinos exportadores, por causa da influenza aviária local. Para 2024, a projeção é de que a exportação se mantenha estável
- Os embarques brasileiros de carne de frango devem crescer até 6,8% neste ano, com até 5,15 milhões de toneladas. A China segue como principal país comprador. Para 2024, a previsão é de alta de até 3,9%
- E a exportação brasileira de carne suína deve aumentar até 8,9% neste ano, com até 1,22 milhão de toneladas. O principal destino também é a China. Para o ano que vem, a previsão é de um novo crescimento, de até 6,6%
Fonte: ABPA