A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
A forte demanda de países asiáticos pela carne suína brasileira aliada a uma melhora na logística no Terminal de Contêineres (Tecon) de Rio Grande fez com que um volume 57% maior da proteína zarpasse do porto de janeiro a julho deste ano. É o que atribui a alta a Wilson Sons, empresa que administra o Tecon. Em volume, foram 102 mil toneladas de carne exportadas no período, ante 64,7 mil toneladas embarcadas nos sete primeiros meses de 2022. Entre os principais destinos, China, Hong Kong e Singapura.
Quanto às melhorias no terminal, a empresa cita a entrada em operação da linha marítima NeoSamba. Com navios maiores e rota direta do Norte da Europa a Rio Grande, há mais agilidade agora no trânsito das mercadorias.
Para o diretor-presidente do Tecon Rio Grande, Paulo Bertinetti, isso faz com que exportadores locais estejam optando por embarcar um volume maior pelo terminal gaúcho do que por Santa Catarina.
— A retomada da confiabilidade das escalas está garantindo uma expressiva recuperação de market share — reforça Bertinetti.
No país, o diretor de mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Luis Rua, destaca também a abertura de novos mercados, como o mexicano, como um outro fator que tem embalado as vendas:
— A China continua sendo o principal mercado para os exportadores brasileiros, porém temos visto neste ano a presença cada vez maior de novos mercados com volumes relevantes e também de alto valor agregado. Para breve, por exemplo, já se esperam os primeiros embarques para o recém aberto mercado da República Dominicana.
Aliás, como resultado desse cenário, a média mensal das exportações de carne suína brasileira superou o patamar de 100 mil toneladas pela primeira vez na história, segundo a ABPA. Com 112,8 mil toneladas da proteína embarcadas em agosto, a média acumulada chega a 100,9 mil toneladas mensais.