A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
O setor brasileiro de proteína animal voltou a sentir em abril o peso chinês na "balança" das suas exportações — e, de novo, em sentido contrário. Enquanto os embarques de carne bovina caíram 25% em relação a igual mês no ano passado, os de carne suína saltaram 16,6% na mesma comparação. Foram 140,7 mil e 104,5 mil toneladas comercializadas com o mercado externo, informaram as Associações Brasileiras de Frigoríficos (Abrafrigo) e de Proteína Animal (ABPA).
No caso da carne bovina, os números estão em baixa porque ainda refletem o autoembargo brasileiro, que suspendeu as exportações da proteína à China em razão da detecção de um caso isolado e atípico de encefalopatia espongiforme bovina no interior do Pará — doença também conhecida como “mal da vaca louca”. Com as vendas normalizadas desde o final de março, a expectativa da Abrafrigo é de que em maio os números voltem “aos níveis de pré-vaca louca”.
A queda de apetite de outros países considerados clientes importantes do Brasil também influenciaram o cenário da proteína, como Chile e Egito.
Já na carne suína, é o problema sanitário — de novos casos de peste suína africana — que vive a China que tem favorecido um maior volume de embarques. Outros países asiáticos também têm sido afetados pelo problema e, consequentemente, comprado mais do Brasil. Além da ampliação das habilitações e novos mercados, que começam efetivamente a importar do Brasil, lembra a ABPA.
Mais números
- Assim como o volume, a receita faturada com as exportações de carne bovina também caiu, em 43%, e alcançou US$ 626,9 milhões em abril
- De janeiro a abril, a exportação brasileira de carne bovina somou US$ 2,882 bilhões e 639,6 mil toneladas. O que significa uma queda de 28% na receita e de 12% no volume
- Na carne suína, assim como o volume, a receita cresceu em 29,9% e alcançou US$ 251,3 milhões em abril
- De janeiro a abril, os embarques de carne suína somaram 379,4 mil toneladas, volume 15,9% maior, e US$ 897,7 milhões, alta de 29,7%
Fontes: Abrafrigo e ABPA