Os efeitos da estiagem seguem respingando na economia gaúcha. Mas agora, claro, não é mais na colheita que são sentidos, e sim nas exportações. No mês de outubro, o relatório de Comércio Exterior do Agronegócio, divulgado pela Federação da Agricultura do Estado (Farsul) nesta quarta-feira (9), apontou mais uma redução nos embarques do agronegócio. A queda foi de 21,7% em volume sobre o registrado no mesmo mês de 2021, com 1,8 milhão de toneladas. E de 6% em receita, com US$ 1,4 bilhão.
— A estiagem é o fator principal. Nós ficamos com muita pouca soja para exportar. E milho também, nós perdemos um movimento muito forte de exportação (do grão) no Brasil — reforça o analista de Relações Internacionais da Farsul, Renan Hein dos Santos.
No ano, a redução chega a 19% em volume, com 17,9 milhões de toneladas, e 1% em receita, com US$ 12,8 bilhões. Queda, lembra Santos, que poderia ser muito maior se não fosse a produção recorde de trigo em 2021/2022, que chegou a 4,4 milhões de toneladas, segundo a Emater. E, claro, a sua consequente exportação, principalmente para a Arábia Saudita.
Do outro lado, as importações gaúchas também tiveram queda no mês. De 38,4% em volume, com 591 mil toneladas, e de 13% em receita, com US$ 411 milhões. Para Santos, neste caso, a explicação está no Leste Europeu:
— A incerteza de abastecimento em função da guerra fez com que os produtores se antecipassem na compra de insumos, como fertilizantes.
*Colaborou Carolina Pastl