O entusiasmo com a liberação da licença de instalação do projeto Três Estradas, da Águia Fertilizantes, em Lavras do Sul, vem do ineditismo atribuído à iniciativa. Será a primeira unidade do Estado com produção de fertilizante a partir de matéria-prima local, e terá uma planta sustentável, com uso de energia solar e certificado de carbono neutro. Nesta quinta-feira (3), uma nova etapa será celebrada: a assinatura da aprovação da linha de R$ 15 milhões de crédito via Banco Regional de Desenvolvimento (BRDE). O investimento total é estimado entre R$ 35 milhões e R$ 40 milhões — foi feito um ajuste do tamanho ao longo do caminho.
O ato será no ambiente do Universo Pecuária, realizado até o domingo (6) no parque do Sindicato Rural de Lavras do Sul. O diretor de Planejamento do BRDE, Otomar Vivian, que é da região — de Caçapava do Sul — estará presente. Também foi em meio à programação do evento que foi entregue a licença de instalação, na terça-feira (1), pela secretária estadual do Meio Ambiente, Marjorie Kauffmann.
— Iniciei o acompanhamento do projeto ainda como presidente da Fepam. Como secretária, reforço a importância do empreendimento pela questão do consumo de fertilizante, que é forte no Estado, e pela adequação feita no projeto. Por ser um projeto de mineração de ponta, sem barragem de rejeitos, que reaproveita todo e qualquer mineral extraído. Se repensou também a área — frisa Marjorie.
A área licenciada é de 20 hectares. A capacidade instalada será, inicialmente, de 300 mil toneladas por ano, podendo ser ampliada. CEO da Águia Fertilizantes, Fernando Tallarico explica que o volume processado deve atender até 15% do mercado gaúcho, hoje abastecido por produtos feitos com matéria-prima importada.
— O conceito da empresa é totalmente inovador, em engenharia e gestão. O produto sai das rochas e não tem adição de químicos. Não introduz acidez no solo, também não mexe com a microbiota — explica Tallarico, que é geólogo.
O projeto Três Estradas leva esse nome em referência à localidade de Lavras do Sul onde está instalado. A mina de extração está na superfície e tem 2,5 quilômetros de cumprimento. É projetada para um período de uso de 18 anos. O CEO explica que a empresa tem outras jazidas.
A construção da unidade de processamento deve levar, segundo Tallarico, 12 meses. No período de implantação, deve gerar entre 180 e 200 empregos.