Depois de um hiato de dois anos e uma espera da três desde a última edição, a 27ª Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), chegou ao fim com uma colheita de recordes. Foram R$ 11,2 bilhões em faturamento (apenas considerando os setores de máquinas, implementos e armazenagem) e 193 mil visitantes nos cinco dias da exposição, encerrada na sexta-feira (29). Em valor nominal, a cifra representa um aumento de 287% sobre a feira de 2019. Apenas a título de informação, R$ 11 bilhões foi a quantia destinada, para todo o Plano Safra, nas linhas do Moderfrota – para a aquisição de equipamentos.
— A Agrishow trouxe toda a tecnologia do agro, enfatizando a confiança de todos para que o Brasil siga crescendo em produtividade, sustentabilidade e como principal fornecedor de alimentos e produtos para o mundo — disse Francisco Matturro, presidente da feira.
Para saber o tamanho real dos negócios da exposição neste ano, é preciso considerar o fator inflação. Que apareceu com força na indústria de máquinas. Chegou em cerca de 40% nesse intervalo entre as edições presenciais, pontuou Pedro Estevão Bastos de Oliveira, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Equipamentos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq), uma das organizadoras da Agrishow.
— Nesse período, houve aumento da área plantada no Brasil. A janela é curta e precisa de mais máquinas, que sejam maiores, com mais tecnologia e mais inteligentes — afirmou o dirigente no balanço da feira.
Ele lembrou ainda que, em 2020, o setor cresceu 17% e, em 2021, 42%. No primeiro trimestre deste ano, o avanço nos negócios chegou a 9%, fazendo a entidade cogitar rever a projeção para o ano, que era de 5%.
Como já havia destacado em seu discurso na cerimônia de abertura, João Carlos Marchesan, presidente do conselho de administração da Abimaq, reforçou que cerca de 50% da frota de máquinas tem 15 anos ou mais. O que indica espaço para a renovação e, consequentemente, alimenta a demanda no setor.
Pesa ainda, pela avaliação dos organizadores, o momento promissor para o setor – importante lembrar que o cenário nacional está descolado do gaúcho, marcado pelos prejuízos da estiagem.
E, com o Plano Safra suspenso, os investimentos da feira tiveram outras fontes de recursos, disse Oliveira.