Como ainda não foi possível estancar o movimento de perdas, é provável que esse número venha a crescer. Por enquanto, dados compilados pelo Ministério da Agricultura apontam que, entre apólices de seguro rural e comunicações de Proagro, o Rio Grande do Sul soma 25 mil notificações em razão do quadro de estiagem. No país, são mais de 81 mil acionamentos, com Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e São Paulo entre os mais afetados. As apólices de seguro rural acionadas somam 42.541 e os comunicados de perdas no Proagro, a 38.906.
– Ainda não está expresso tudo do Rio Grande do Sul, porque a estiagem continua tendo efeito nos Estados – observa Pedro Loyola, diretor do Departamento de Gestão de Riscos da Secretaria de Política Agrícola do ministério.
Ele acrescenta que esse acompanhamento dos dados de Proagro e seguro deverá ter uma nova atualização na última semana de fevereiro – o balanço agora divulgado contemplava informações coletadas até o último dia 20.
Entre os Estados, o PR é o que registra a maior quantidade de apólices com aviso de sinistro: 30,92 mil.
O RS vem logo depois, com 4,37 mil. No Proagro, os gaúchos concentram a maior parte das solicitações, 20,72 mil. São seguido pelos paranaenses, com 14,37 mil pedidos. Entre as culturas, a da soja é a com maior número de acionamentos no seguro rural. No Proagro, é o milho.
Elmar Konrad, vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul) também avalia que os acionamentos em território gaúcho devam crescer em razão dos danos a serem computados na soja. A maior parte das lavouras está, conforme dado da Emater, na fase de floração e enchimento de grão, quando a chuva se faz ainda mais crucial.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, reforçou que “esse é um mecanismo de proteção com enorme potencial, pois ainda não ultrapassa 20% da área plantada no país”. Konrad ressalta que houve uma evolução importante da área segurada no país, principalmente com a ampliação do valor destinado à subvenção das parcelas.
– Precisamos chegar aos níveis de Europa e Estados Unidos, com 80%, 90% da área segurada. A cobertura e o custo do seguro só vão melhorar com a massificação – pontua. dirigente.