A proposta do espaço vai além da produção em si, mas foi com um gostinho especial que a família Bertolucci comemorou a primeira colheita na área do parque Olivas de Gramado, na serra gaúcha. Aberto em 2018, o espaço que fica em Linha Nova, interior do município, soma uma área de 27 hectares de oliveiras, com seis variedades diferentes. O cultivo teve início em 2012. E agora rende os primeiros frutos comerciais.
André Bertolucci, azeitólogo e sócio do Olivas de Gramado ao lado do pai, do irmão e da irmã, explica que o intervalo entre o plantio e a primeira safra foi entre cinco e oito anos. Mas que a produtividade de algumas variedades tende a ser maior após 10 anos do início.
No ano passado, como a produtividade estava baixa por causa das condições climáticas, a família resolveu deixar os frutos na planta. Agora, em 2021, colheram cerca de três toneladas de azeitona. A média foi de 214 quilos por hectare produtivo (que somam cerca de 15 hectares nesta safra). A média do Estado, segundo a Emater, é de 300 quilos por hectare.
Tempo de frio suficiente, chuvas regulares e ausência de geada ajudaram de um ano para o outro, mas não foi só isso, explica André:
— O solo tem muito basalto. Foi feito um sistema de calagem (que auxilia no controle da acidez do solo), com gesso, que melhorou muito o crescimento e a nutrição das plantas.
O processamento gerou cerca de 400 litros de azeite extravirgem de perfis diferentes. O azeitólogo descreve que um tem por característica ser mais amendoado, lembrando aromas de maçã e tomate maduros, por exemplo. E o outro, é mais herbáceo, remetendo a folhas verdes e gramíneas.
Com o nome de Terroir Serrano, o produto deve ser comercializado a partir de maio, na loja física da família e por e-commerce. André explica que o objetivo do parque está mais voltado às experiências que o ambiente pode proporcionar do que à produção, motivo pelo qual os lotes serão mais exclusivos. No próximo ano, a família espera abrir a colheita aos visitantes.
O Rio Grande do Sul vem se destacando no cenário nacional da olivicultura, com a maior área cultivada. No Estado, as principais regiões de produção são a Região Central, a Campanha e a Zona Sul.
*Colaborou Isadora Garcia