Com a colheita ganhando ritmo no Estado, a safra de verão vai produzindo números melhores do que a encomenda. Ou seja, resultados que superam as previsões de início do ciclo. É o caso do arroz. Levantamento do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) aponta 70% da área já colhida e uma produtividade que segue em alta: 8.946 quilos por hectare. O volume supera o recorde de 2020 e é maior do que o verificado na semana passada.
A perspectiva era de que, à medida que o trabalho das máquinas avançasse, esse rendimento fosse sendo ajustado para baixo, porque habitualmente as primeiras lavouras são as de melhor desempenho. Faltando o terço final, isso ainda não ocorreu. Diretor técnico do Irga, Ricardo Kroeff avalia que, neste momento, a tendência é terminar com uma média superior ao ano passado. Dois fatores são apontados como a razão para o bom desenvolvimento do arroz.
— Não tivemos nenhum período com temperaturas extremas (abaixo de 15°C e acima de 35°C), que causasse danos. A não ser alguns casos pontuais. E a radiação solar ficou acima da média — explica Kroeff.
Embora ainda não traga esse mesmo patamar, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou para cima a produtividade do arroz, em relação ao dado do mês passado: agora está estimada em 8.166 quilos por hectare.
Outra revisão feita pelo órgão foi na produção de milho, com rendimento agora projetado em 5.411 quilos por hectare e uma produção total de 4,34 milhões de toneladas, alta de 10,2% sobre o resultado de 2020.
— As primeiras lavouras tiveram problemas sem volta, mas da metade da safra em diante melhorou. O milho do tarde está muito bem, e vai levantar a produtividade — pontua Carlos Besttéti, superintendente da Conab no Estado.
Na soja, foi mantida a projeção de colheita recorde com volume de 20,07 milhões de toneladas.