A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
O setor de máquinas e implementos agrícolas é uma das apostas da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs) para puxar a recuperação do setor industrial gaúcho no ano que vem. A expectativa foi divulgada nesta terça-feira (3), durante a apresentação de balanço de 2024 e perspectivas para 2025 da entidade.
E vem da perspectiva de uma safra recorde, tanto no Estado, quanto no Brasil, conforme projeção da Companha Nacional de Abastecimento (Conab).
— O alerta que a gente faz é que, nos anos de estiagem, a gente também apresentou expectativas positivas. A parada nas chuvas aconteceu em dezembro, início de janeiro. Mas, no momento, não temos expectativa de que isso aconteça. A previsão das condições climáticas está favorável — pondera Giovani Baggio, economista-chefe da Fiergs.
Assim como as indústrias em geral, a de máquinas agrícolas também enfrenta dificuldades em 2024. De janeiro a setembro, a Fiergs calcula uma queda de 23,2% na produção de máquinas e equipamentos no Rio Grande do Sul. Deste total, mais de 60% vem do ramo agrícola. Baggio chegou a elencar o que já é conhecido para o agronegócio gaúcho e brasileiro: a quebra de safra, as taxas de juros elevadas e o preço de algumas commodities em queda como fatores para essa queda.
Além da safra recorde, o presidente da Fiergs, Claudio Bier, entende que a briga comercial entre a China e os Estados Unidos, com a eleição de Donald Trump, também deve beneficiar o agronegócio gaúcho:
— Não só a indústria gaúcha, como toda a indústria brasileira, pelo fechamento que vai ocorrer (de entradas de produtos).
No país, como a coluna já divulgou, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) estima um crescimento de 8% nas vendas no ano que vem. No Estado, o Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers) projeta um percentual parecido: entre 7% e 8%.