A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Ainda não há a confirmação do início de um La Niña, mas as condições climáticas indicam que o fenômeno pode estar "dando as caras" no Rio Grande do Sul. E o "termômetro" para essa percepção vem da safra de verão, que começa a ser impactada positiva ou negativamente, a depender da cultura, pelo calorão e pela falta de chuva.
No milho, o cenário é o mais crítico, afirma a agrometeorologista da Secretaria Estadual da Agricultura Loana Cardoso:
— Boa parte das lavouras (51% dos 748,5 mil hectares) está em florescimento e enchimento de grãos, quando a exigência de água é maior. Já podemos começar a ter redução de rendimento nessas áreas.
Coordenador da Câmara Setorial do Milho da mesma pasta, Paulo Roberto Vargas diz que é muito cedo para projeções. Mas reconhece:
— As lavouras, no geral, estão boas, não ótimas.
No caso da soja, o momento é apenas de alerta. Na última semana, a semeadura avançou apenas um ponto percentual em razão da falta de umidade no solo. O Estado está com 97% dos 6,8 milhões de hectares plantados. A maior parte, 92%, em desenvolvimento vegetativo, quando a falta de água não é tão crítica para a produtividade.
— Se tiver que escolher um estágio para não chover, é esse. É o menos pior — acrescenta Alencar Rugeri, assistente técnico em culturas da Emater.
Já no arroz, a falta de chuva, neste momento, é positiva. Como 100% das lavouras são irrigadas no Estado e os reservatórios estão cheios, a tendência é de boa produtividade.