Na semana em que o peixe ganha preferência à mesa, o azeite de oliva entra como um bom complemento. Na hora da compra, o consumidor deve prestar a atenção em alguns detalhes, que ajudam a garantir que está levando para casa o produto esperado. A auditora fiscal federal agropecuária Alinne Barcellos Bernd, que trabalha na fiscalização do produto, no Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal da Superintendência do Ministério da Agricultura no Estado, dá como dica principal a verificação da data de envase. Quanto mais fresco o azeite de oliva, mais preservadas estarão suas propriedades.
— Se essa informação estiver disponível no rótulo, porque ela não é obrigatória, sugerimos cuidar o ano da safra — orienta.
O rótulo deve indicar se o produto é, de fato, azeite de oliva. A recomendação é olhar a composição. Existem temperos à base de azeite de oliva ou óleos compostos — que podem ter até 90% de óleo de soja, por exemplo, e só 10% de azeite de oliva. E para ser considerado azeite extravirgem, Alinne explica que a acidez precisa ser inferior a 0,8% — não importando o quão menor é, desde que esteja dentro deste limite.
Com a informação sobre fabricação e envase, também é possível saber como está a oxidação do produto. Essa característica deve ser cuidada, principalmente, em casa, evitando deixar o azeite de oliva aberto por muito tempo, exposto à luz e ao calor.
Para quem já tem o produto ou quer complementar as verificações feitas no mercado, a avaliação sensorial é uma opção. Para isso, como descreve a auditora, basta colocar uma pequena quantidade do azeite em um copo de cafezinho, por exemplo, tampando com uma mão e aquecendo o copo com a outra. Ao sentir o aroma do produto, cheiros rançosos, que lembram mofo ou terra indicam baixa qualidade. Aromas de grama cortada, frutas maduras ou amêndoas são as notas desejadas. Ao degustar o azeite, o ideal é a presença do amargor e da picância, semelhante ao que é sentido com a rúcula e o agrião:
— Normalmente, esse sabor amargo e picante está associado a uma maior presença de polifenóis, que são algumas das substâncias antioxidantes responsáveis pelos benefícios que o consumo moderado do azeite de oliva pode proporcionar para a saúde.
Nas análises feitas pelo Ministério da Agricultura, conforme esclarece Alinne, as irregularidades mais frequentes encontradas são de produtos que misturam outros óleos ao azeite, mas são comercializados como extravirgem.
*Colaborou Isadora Garcia