Foi com o pé direito que a marca de azeite de oliva extravirgem Lagar H começou a colher os frutos do investimento iniciado há sete anos no Rio Grande do Sul. A produção está em área de 64 hectares cultivada com cerca de 16 mil oliveiras em Cachoeira do Sul, na Região Central. A primeira safra foi envasada neste ano e, de cara, ganhou medalha de ouro no EVO International Olive Oil Contest, da Itália, com quatro variedades. Outros cinco rótulos brasileiros, um deles gaúcho (leia mais abaixo), também receberam a distinção. As duas produções do Estado ainda são finalistas da melhor monovarietal do Hemisfério Sul.
— Foi a primeira vez, o primeiro concurso da vida — conta Glenda Haas, uma das fundadoras e diretora geral da Lagar H.
Se você ficou com vontade de experimentar, vai ter de esperar até a próxima safra. Os 3,5 mil litros produzidos neste ano já foram comercializados. Com a produção organizada na Fazendas Irapuá, a marca (que remete ao sobrenome da família) deve dar no próximo ano o outro passo, de construir o próprio lagar (onde é feito o processamento do azeite). A ideia era poder fazer isso ainda em 2020. Em razão das restrições determinadas pela pandemia, o projeto precisou ser adiado.
Glenda, que é advogada especialista em Direito Econômico e administradora, se preparou para estar à frente do projeto. Ela buscou formação nos Estados Unidos e na Itália. O cultivo começou em 2014 e, em 2019, veio a primeira colheita dos olivais. Mas foi neste ano que saiu a primeira leva do azeite, que acabou sendo premiada. Na propriedade, são cultivadas seis variedades. As premiadas no concurso, idealizado pelo agrônomo e consultor internacional italiano Antonio Lauro, são arbosana, coratina, koroneiki e arbequina.
— Entrar nesses concursos mostra que, embora a gente (o Brasil) não tenha tradição, temos qualidade. Junto com o nosso produto, queremos ensinar o consumidor a fazer boas escolhas — explica Glenda sobre a importância da premiação.
Veterano das premiações
Com 76 premiações nacionais e internacionais no currículo, a marca Prosperato, resultado dos 280 hectares de olivais cultivados em Barra do Ribeiro, Caçapava do Sul, São Sepé e Sentinela do Sul, é uma veterana em concursos e teve dois rótulos premiados com a medalha de ouro. A variedade koroneiki ainda concorre na categoria de melhor varietal, e a blend premium, na de melhor blend do Hemisfério sul. A safra de 2020 inclui ainda distinções de concursos em Nova York e no Japão.
— Essas premiações servem para mostrar para o consumidor brasileiro que o produto tem essa diferença, são resultados constantes. As distinções que ganhamos no ano passado possibilitaram nossa primeira exportação para os Estados Unidos — ressalta Rafael Marchetti, um dos diretores da marca.
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