O jornalista Fernando Soares colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Nem mesmo as azeitonas escaparam dos problemas climáticos enfrentados ultimamente por diversas culturas no Rio Grande do Sul. Em plena colheita da safra 2019/2020, o Estado deverá obter cerca de 800 mil quilos do fruto, quase metade dos 1,5 milhão de quilos gerados no ciclo anterior. A retração totaliza 47% entre os dois períodos.
Como efeito da redução de produtividade nas oliveiras, a fabricação de azeite extravirgem gaúcho deverá chegar a aproximadamente 80 mil litros, contra 190 mil na safra passada.
– Tivemos um inverno quente, depois as oliveiras foram atingidas por geada e, em outubro de 2019, o excesso de chuva prejudicou a polinização. Isso fez com que se tivesse redução do número de azeitonas – explica Paulo Marchioretto, presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva).
Maior produtor de azeitonas e de azeite do país, o Rio Grande do Sul hoje tem 6 mil hectares de oliveiras e mais de 300 produtores envolvidos na atividade. Em 2006, a área plantada não passava de cem hectares.
Apesar da quebra na atual safra, Marchioretto salienta que as perspectivas para a olivicultura seguem favoráveis. Produtores vêm expandindo o cultivo nos últimos anos e, por isso, muitas das árvores ainda não atingiram seu potencial produtivo. Sendo assim, a tendência é de que o Estado supere o volume recorde de 1,5 milhão de quilos em 2020/2021, se o clima ajudar.