O diretor de Política Monetária do Banco Central e próximo presidente da instituição, Gabriel Galípolo, disse nesta quinta-feira (19) que a ideia de um ataque especulativo contra o real como movimento coordenado não explica bem a situação do câmbio neste momento. A afirmação foi feita durante coletiva de imprensa sobre o Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
— Eu acho que não é correto tentar tratar o mercado como um bloco monolítico, vamos dizer assim, como se fosse uma coisa só, que está coordenada, andando em um único sentido — afirmou.
Para ele, é preciso entender que o mercado funciona, geralmente, com posições contrárias.
— Para existir um mercado, precisa existir alguém comprando e alguém vendendo. Então, toda vez que o preço de algum ativo se mobiliza em alguma direção, você tem vencedores e perdedores. Eu acho que a ideia de ataque especulativo enquanto algo coordenado não representa bem — disse o diretor do BC.
A coletiva de imprensa foi realizada em meio a alta histórica do dólar, que alcançou R$ 6,30 na manhã desta quinta. A cotação representa uma reação do mercado, que espera medidas que sinalizem cortes efetivos de gastos por parte do governo federal.
Sobre isso, o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que a instituição não irá atuar para deixar o câmbio em um determinado patamar.
— O BC não tem intenção de chegar a nenhum nível de (preço de) câmbio. Vamos continuar monitorando o fluxo de dólares e vamos atuar se for preciso. Não tem como dizer o que vamos fazer no futuro — explica Campos Neto.