Embora seja bem-vindo todos os dias, o mate tem data marcada no calendário para ser celebrado: neste sábado (24), é o Dia do Chimarrão. Ingrediente essencial da bebida, a erva-mate está ficando mais amarga. O preço tem registrado alta, em média, de 12% a 13%, segundo o Instituto Brasileiro de Erva-Mate (Ibramate). O ajuste reflete uma tentativa da indústria de repassar parte da elevação de custos.
Pode haver novos aumentos no ano, mas não devem ser significativos, pondera Alberto Tomelero, presidente da entidade:
– No mercado externo, o consumidor também não aceita o aumento de preço. E, aqui, temos a situação econômica que vivemos por causa da pandemia, muito desemprego. A renda está pequena, e a grande maioria dos consumidores é de classe média-baixa.
Neste ano, a expectativa é de que sejam colhidas cerca de 280 mil toneladas de erva-mate no Estado. O volume representa redução entre 5% e 10% na comparação com uma colheita normal, de 300 mil a 320 mil toneladas. E reflete os efeitos da estiagem no verão do ano passado e da geada de 2019, que seguem impactando o ciclo das plantas. O recuo fica, no entanto, longe da quebra em 2020, de até 30%.
O reflexo é sentido na indústria. Alvaro Pompermayer, presidente do Sindicato da Indústria do Mate no Estado (Sindimate-RS), explica que a oferta de matéria-prima melhorou em 2021, mas a normalização pode demorar um ano ou até mais. O fator clima, com chuva regular no período de brotação, é essencial para isso. Em relação aos outros insumos para a produção do pacote de erva-mate, Pompermayer ressalta:
– Tudo o que compõe o quilo de erva-mate, pacote, fardo, cola, plástico, aumentou consideravelmente. Em alguns itens, 100%. Isso a indústria, às vezes, tem dificuldade de repassar.
Dobradinha na tradição dos gaúchos com o chimarrão, o churrasco também tem, neste sábado, o seu dia de celebração.
*Colaborou Isadora Garcia