De uva em uva, a safra 2021 que acaba de ser colhida vai confirmando recordes na produção do Rio Grande do Sul. A Nova Aliança, que reúne cinco cooperativas, fechou a colheita com o maior volume da sua história: 49,3 milhões de quilos. Além da Serra, há áreas de produção em Encruzilhada do Sul e na Campanha. E se a quantidade chama a atenção, a qualidade, também, afirma o presidente Alceu Dalle Molle:
— Tivemos uma safra grande e boa.
Desse total, a maior fatia, 45,3 milhões de quilos são de uvas americanas, ideais para sucos e vinhos de mesa. Outros 3,8 milhões de quilos, de viníferas, usadas para vinhos finos. Com cerca de 700 associados e entre 1,8 mil e 1,9 mil hectares cultivados, a Nova Aliança também contabiliza 1,29 milhão de quilos de produção orgânica certificada.
Dalle Molle explica que a produção deste ano permitiu a recomposição dos estoques depois de duas safras seguidas de perdas. Em 2019, a ocorrência de granizo atingiu em cheio os parreirais dos produtores da cooperativa e 10 milhões de quilos de uva foram perdidos. No ano passado, o clima novamente deixou a produção menor, dessa vez por conta do tempo seco. No ciclo 2021, plantado em 2020, a falta de chuva no início ligou o alerta, mas a chuva em janeiro dissipou a preocupação:
— O que determina a safra é o inverno. E tivemos um inverno perfeito. Os vinhedos são novos e, vínhamos de duas safras de baixa quantidade de uva, estavam descansando.
Além do clima favorável, o presidente da Nova Aliança atribui o resultado histórico ao empenho de associados e funcionários. A maior fatia da produção, cerca de 60%, destina-se ao suco de uva. Mas os vinhos finos e espumantes vêm ganhando espaço no negócio. E, a exemplo do que ocorre em todo o Estado, têm tido um desempenho melhor de vendas.
— Como trabalhamos bastante com vendas institucionais para a merenda escolar, no ano passado, sentimos o efeito da queda do consumo de suco em razão da pandemia. Foi 1 milhão de litros a menos. Agora, tem a pandemia e a questão econômica. Existe preocupação porque o mercado está restrito — avalia Dalle Mole.
Com 90 anos de história (e 10 anos de fusão com as cooperativas São Victor, de Caxias do Sul, São Pedro e Santo Antônio, de Flores da Cunha e Linha Jacinto, de Farroupilha), a Nova Aliança mantém o otimismo e projeta uma safra 2021/2022 positiva em volume — os parreirais estão "muito sadios" e a "maturação de galhos perfeitas". Tudo monitorado de perto, com a ajuda do NA Web, aplicativo desenvolvido para uso dos associados e que ajuda no controle de todo o processo. Aliás, a meta é avançar para 90% dos associados tenham essa versão digital do tradicional caderno de campo.