O jornalista Fernando Soares colabora com a colunista Gisele Loeblein titular deste espaço.
Oito em cada 10 empresas gaúchas ligadas ao agronegócio diminuíram o número de funcionários recentemente. Essa é uma das percepções extraídas de pesquisa realizada pela consultoria Biolchi Empresarial. O levantamento mostra que 83,8% dos negócios do setor realizaram alguma demissão, índice que fica acima da média do Rio Grande do Sul. No geral, 40% das companhias gaúchas participantes da sondagem apontaram ter reduzido o quadro de colaboradores.
- Chama a atenção o fato de o agro ser o setor que mais demitiu. A pandemia, a estiagem e o processo de digitalização, que gera menor necessidade de mão de obra, são componentes que acabam pesando para isso – constata Adriano da Silva, diretor de reestruturação de empresas da Biolchi.
Além das demissões, parte das empresas do agronegócio gaúcho também recorreu a medidas de redução da carga de trabalho. Ao todo, 24,3% reduziram jornada e salários e outras 18,9% suspenderam temporariamente os contratos de trabalho.
O estudo ainda monitorou práticas de gestão e a situação financeira das empresas. Neste sentido, 73% das companhias ouvidas admitem fazer gestão de riscos e 64,9% apontaram que conseguiram criar um novo nicho de mercado nos últimos meses. Ao mesmo tempo, 35,1% renegociaram contratos com fornecedores e aumentaram o endividamento bancário.
Realizada entre maio e junho, a pesquisa ouviu mais de 1 mil empresas no Estado. Cerca de 80 companhias estão vinculadas ao setor primário, atuando em segmentos como transporte, máquinas agrícolas e fabricação de alimentos.
