O preço das carnes continua caindo para o consumidor, e o grande destaque de julho foi o recuo na costela. Na região metropolitana de Porto Alegre, ela ficou 4,86% mais barata, puxando a queda geral de 1,55% nas carnes e ajudando a segurar a inflação geral. A coluna tem encontrado promoções com o quilo chegando a custar R$ 14,99.
Não chega a surpreender, mas vale confirmar que a costela é o corte que mais pesa no cálculo da inflação do gaúcho pelo IBGE, o que nada mais é do que o reflexo da representatividade dela na mesa do consumidor. Porém, não é aqui no Rio Grande do Sul que ela pesa mais, não. Em São Luís (Maranhão) e Campo Grande (Mato Grosso do Sul), a costela influencia ainda mais o orçamento das famílias e o indicador geral de preços.
Não é de agora que as carnes estão com queda de preço. No acumulado de 12 meses, o recuo é de 4,38% na região metropolitana de Porto Alegre, enquanto a inflação está em 3,73%. As maiores reduções acumuladas ocorrem na paleta e na alcatra.
Retração de consumo é um dos motivos, assim como a redução de alguns custos, como o diesel. Outra causa é a diminuição das compras pela China. Coordenador do Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (Nespro), da UFRGS, Júlio Barcellos diz que isso está "derretendo" os preços pagos ao pecuarista.
- Os chineses estão pagando 20% a menos pela carne brasileira. O cliente está menos voraz, mais exigente. Nesta semana, teve um tombo de quase 10% em relação à passada - acrescenta o professor.
Sobre a costela liderar a queda em julho, Barcellos explica que os frigoríficos estão fazendo promoções do corte para sustentar a venda. A ideia é ser um chamariz, pois é a base do churrasco.
- Ela não é consumida nos Estados que vendem carne para o Rio Grande do Sul. Tem sobrado. Inclusive aqui, pois contribui o fato de o gaúcho ter migrado para outros assados.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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