Quase 100 pessoas físicas, com um crédito tributário de R$ 200 milhões, entraram para uma fiscalização especial da Receita Federal. Deste total, R$ 100 milhões são tributos sonegados e o restante é formado por juros, multas e correção monetária. Como a coluna Acerto de Contas divulgou no início da manhã desta terça-feira (02), a ação será deflagrada nos próximos dias.
Os contribuintes receberão a intimação inicial para prestar esclarecimentos sobre as irregularidades nos próximos dias. O fisco concentrará esforços nas operações de ganho de capital, movimentação financeira incompatível com os rendimentos declarados e omissão de rendimentos vinculados à atividade rural. Os detalhes foram divulgados pelo superintendente Luiz Fernando Lorenzi, pela chefe da divisão de fiscalização Alexandra Basso, e pelo chefe do serviço de programação avaliação e controle de atividade fiscal Gustavo Busato.
Um dos alvos são irregularidades nos valores dos imóveis vendidos, como preços informados abaixo do realmente negociado. Os auditores estão de olho, por exemplo, na venda de um imóvel por R$ 20 milhões e que não foi declarada ao fisco.
Também serão chamados contribuintes para esclarecer indícios de incompatibilidade em contas bancárias. São confrontados créditos em contas-correntes e de investimento com os dados que comprovem a origem dos valores, como notas fiscais, vendas de imóveis e outros rendimentos.
Quanto à atividade rural, o cruzamento de dados indicou omissão de receitas. Há ainda suspeitas sobre aluguéis pela exploração de terras.
E a Receita Federal avisa: em maio, tem mais fiscalização.
Malha Fina
De forma simultânea, a Receita Federal verificará inconsistências e omissões em mais de 3 mil contribuintes do Rio Grande do Sul que tiveram a sua declaração retida na malha fina. As principais inconsistências apuradas são: omissão de rendimentos, despesas médicas e omissões de aluguéis.