Repercutiu bem no mercado financeiro a entrevista da secretária-executiva do Ministério da Fazenda ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha. Ana Paula Vescovi disse que a decisão de não privatizar o Banrisul impede acordo do Rio Grande do Sul com a União para adesão ao regime de recuperação fiscal. Para ela, não ter o banco na lista de estatais a serem privatizadas é "impedimento total" para o acordo.
Em análise enviada pelo Itaú BBA para investidores, o banco interpretou a fala como positiva para o Banrisul. No entanto, poderou que ainda não considera a privatização em um cenário básico. O Itaú BBA é o braço de investimentos do Itaú Unibanco.
Ainda assim, o Itaú acredita que a discussão deve melhorar o sentimento do investidor do mercado financeiro em relação ao Banrisul. Até mesmo com algum impacto no preço das ações.
"Lembre-se de que as privatizações no Estado do Rio Grande do Sul exigem um referendo público ou uma reforma constitucional. Uma mudança na constituição do Rio Grande do Sul, mesmo para a privatização de outras empresas estatais (nos setores elétrico, de mineração e de gás), deve provocar uma reavaliação de material para o Banrisul" - alertou o Itaú BBA.
Finalizou o comunicado reiterando a análise positiva sobre o desempenho no Banrisul e que as ações ainda estão com um preço atraente. Recentemente, o Itaú divulgou uma pesquisa com foco em detalhar a situação fiscal dos Estados. Listou quais seriam as estatais com potencial de privatização em sete unidades da federação. No Rio Grande do Sul, citou o Banrisul: Itaú lista cinco estatais "privatizáveis" no RS
As ações do Banrisul estão com alta de 3% neste final de manhã. Segundo a gestora de fundos Quantitas, é uma valorização maior do que os demais bancos estão registrando na bolsa de valores.
Confira a análise original do Itaú BBA:
"What's new. Ana Paula Vescovi, deputy finance minister, commented that the State of Rio Grande do Sul would have to include Banrisul within the assets to be privatized in order to join the Fiscal Recovery Regime (RRF), according to Broadcast/Estadão. This is not the first time that the Ministry of Finance is vocal about Banrisul, but it reinforces the case of a possible privatization. According to Vescovi, Banrisul would be worth at least BRL 4.0 billion for the state of Rio Grande do Sul, which has outstanding debts with the Federal Government amounting BRL 9.0 billion.
Our take. Positive. Although we still do not see privatization as a base case scenario for Banrisul, the discussion of privatization should improve investor's sentiment on the name, possibly triggering a re-rating for the stock. Remember that privatizations in the State of Rio Grande do Sul require a public referendum or a constitutional reform. A change in the Rio Grande do Sul's constitution, even for the privatization of the other state companies (in electric, mining and gas sectors), should trigger a material re-rating for Banrisul.
We reiterate our outperform rating on Banrisul. Valuation still looks attractive at current price levels (1.2x P/BV 18 or 8.3x P/E 18), for a bank that is already delivering an ROAE above its cost of equity."