Qualquer pessoa que tem uma equipe dentro de uma empresa se encaixa no que o mercado corporativo chama de "líder". Quando atinge cargos como diretor ou até gerente em alguns casos, passa também a ser um executivo. São profissionais que definem os rumos da empresa e, portanto, precisam ser tão bem selecionados.
Responsável pela empresa alemã Kienbaum no Rio Grande do Sul, José Antônio Freitas aborda 113 pessoas para cada vaga de líder que precisa preencher. Seu cliente é a empresa que busca o profissional para o cargo. Chega a três finalistas para então escolher um dos candidatos.
- Em 98% das vezes, contrato executivos que já estão trabalhando em outras empresas. Quase sempre a pessoa nem está pensando em sair da companhia - conta Freitas, que tem um banco de dados com 3 mil executivos do Rio Grande do Sul.
Freitas lembra que a profissionalização é um alvo móvel. A empresa está sempre correndo atrás, mas o mercado muda mais rápido.
Crise
A recessão não atingiu só os empregos de chão de fábrica ou barriga no balcão. O topo da pirâmide das empresas também sofreu. Dados usados pela Kienbaum mostram que, em 12 meses, foram extintos cerca de 3,5 mil postos de trabalho ocupados por líderes no Rio Grande do Sul.
- É uma queda de 7% no estoque de empregos para líderes. É preocupante e estamos analisando se foi mais intenso aqui no Estado - comenta José Antônio Freitas, da Kienbaum.
Habilidades leves
Quais as características essenciais para um líder no mercado atual? Segundo Freitas, está em desuso buscar alguém que domine números e dê ordens. Tem-se valorizado habilidades "mais leves", por exemplo:
* Relacionamento - O profissional tem de se relacionar bem com a equipe, saber ouvir e dar retornos.
* Tolerância - O líder precisa ser tolerantes com as diferenças, de sexo a religião.
* Empatia - Essencial para entender a equipe, pares (colegas com cargos da mesma hieraquia), mas também com o mercado e cliente. "Precisa colocar o pé no sapato do cliente", diz o executivo.
* Coragem - É preciso velocidade para tomar decisões. Por trás, está a coragem.
- Se não, o sistema fica tão burocrático que um delega para o outro e ninguém quer decidir nada - conta Freitas.