Amostras de gelo coletadas na Antártica para pesquisas não foram perdidas por conta do apagão ocorrido na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), segundo pesquisadores do Centro Polar Climático, unidade vinculada à universidade A informação de uma eventual deterioração do material circulou nas redes sociais nos últimos dias.
As coletas do centro são mantidas em dois locais, um deles o Instituto de Geociências, no Campus do Vale, que ficou às escuras entre a tarde de segunda-feira (12) e o início da noite de terça-feira (13).
— Essas amostras começariam a derreter se ficássemos entre 24 e 36 horas sem energia elétrica. Depois desse período teríamos um comprometimento da qualidade. Por sorte, o restabelecimento ocorreu enquanto elas ainda estavam congeladas nos freezers. Não perdemos nada — afirma Francisco Eliseu Aquino, um dos pesquisadores do centro.
A outra parte das amostras está em um frigorífico em Nova Santa Rita, na Região Metropolitana.
— Sabemos que a UFRGS sofre há anos com instabilidade na energia elétrica. Então levamos para lá por questão de segurança: se acontecer um desastre, não perdemos todo o registro — acrescenta Jefferson Cardia Simões, também pesquisador do Centro Polar Climático.
A iniciativa da instituição integra o Programa Antártico Brasileiro, da Marinha do Brasil. Os pedaços de gelo são analisados pelos pesquisadores para reconstruir a história do ambiente e clima da Antártica e também analisar a poluição e variação de temperatura no continente, entre outras informações.