Diversas cidades da Serra tiveram um amanhecer com temperaturas abaixo do normal para o verão. Em Cambará do Sul, nos Campos de Cima da Serra, a mínima registrada na manhã dessa sexta-feira (27) foi de apenas 9°C, menor temperatura do Estado.
Outras cidades, como Vacaria e São José dos Ausentes, registraram 10°C. Em Serafina Côrrea o dia amanheceu com 11°C. Em Canela a mínima pela manhã foi de 12°C e em Bento Gonçalves a temperatura era de 14°C.
Conforme a Climatempo, as temperaturas atípicas são reflexo da união de uma frente fria e alta pressão que chegaram ao Sul do país nos últimos dias. Nas primeiras horas do dia a temperatura caiu de forma rápida, gerando as mínimas anormais para o verão.
Os efeitos também foram sentidos no Estado vizinho, com registros de temperatura abaixo dos 5°C em dois municípios de Santa Catarina.
No entanto, a previsão é que nos próximos dias a massa de ar frio perca a intensidade e as mínimas subam, não ficando tão baixas como as vistas nesta última sexta-feira de 2024.
Por que quase não neva no Rio Grande do Sul?
Mesmo com frente fria para cá e massa de ar polar para lá, as paisagens do Estado dificilmente ficam cobertas de neve, como acontece nos invernos de outros países.
Os cristais de gelo formados no interior das nuvens precisam do alinhamento de alguns fatores para chegarem inteiros até o solo, sem derreter. Para começar, a temperatura deve estar muito baixa.
Se a temperatura no lado de fora da nuvem for inferior a 0°C – e permanecer assim até o solo – os flocos caem na forma de neve. Isso só acontece quando a umidade também está elevada, permitindo a transformação da água em gelo.
A neve precisa do alinhamento entre alta umidade e baixa temperatura. A altitude não é uma condição obrigatória. Cidades mais altas tendem a ser mais frias, porque o ar rarefeito tem uma menor capacidade de reter calor. Isso faz com que lugares como as serras gaúcha e catarinense tenham neve com mais frequência.