Ocorre nesta quinta-feira (20), a partir das 14h, no Foro de São Gabriel, na Fronteira Oeste, a primeira audiência do caso dos assassinatos de Thiele Sallete Molina, 30 anos, e do namorado dela, Rodrigo Falcão, 38. As mortes aconteceram na noite de 16 de maio deste ano.
O acusado do crime é o médico Wilson Ross Junior, 64, que assumiu a autoria dos assassinatos e se apresentou à Polícia Civil no dia seguinte. Ele está preso no Presídio Estadual de São Gabriel desde então.
Nesta quinta, serão ouvidas 13 testemunhas de acusação que foram arroladas pelo Ministério Público (MP). A defesa não arrolou testemunhas. O réu também será interrogado na audiência.
O réu é acusado pelo MP por dois homicídios qualificados. As qualificadoras são de motivo torpe e por recurso que dificultou a defesa das vítimas, para ambos os assassinatos, e também feminicídio em relação à morte da ex-mulher de Roos.
De acordo com a investigação da Polícia Civil, o crime teve como motivação a inconformidade do médico com o fim do casamento e a não aceitação do novo relacionamento da ex-mulher. Segundo a apuração, o médico foi à casa da ex-mulher para ver as filhas gêmeas do casal.
Houve uma discussão entre eles, e o namorado de Thiele, o major Rodrigo Falcão, interveio. O médico, então, sacou uma pistola e atirou contra os dois.
Três disparos atingiram a mulher e três atingiram o homem. Além das filhas do casal, os filhos do major também estavam na residência. Por isso, há possibilidade de aumento da pena em caso de condenação.
Durante a investigação, policiais civis cumpriram mandado de busca e apreensão no consultório do médico, onde encontraram quatro armas de fogo, cerca de 2,5 mil munições de diversos calibres, além de outros acessórios e componentes. O médico tinha registro de Caçador, Atirador e Colecionador (CAC) e tinha autorização para uso de arma de fogo.
Contraponto
O que diz a defesa de Wilson Ross Junior
O advogado Ezequiel Vetoretti, que atua na defesa do médico, diz que trabalha para que todos os elementos de prova venham aos autos do processo.
— O processo, inevitavelmente, será julgado pelo Tribunal do Júri. Por ora, apenas um pequeno pedaço da história foi contada. Tem muita coisa para vir à tona e certamente virá.