Foram sepultados na manhã desta quinta-feira (18), no Cemitério da Santa Casa de Caridade de São Gabriel, na Fronteira Oeste, os corpos de Thiele Sallete Molina, 30 anos, e Rodrigo Falcão, 38. Eles foram assassinados a tiros na noite de terça-feira (16) dentro de um condomínio no município.
O autor dos disparos é o médico Wilson Roos Junior, 64 anos, ex-companheiro da mulher, com quem ele tem duas filhas gêmeas. Ele se entregou à polícia e está no Presídio Estadual de São Gabriel. A prisão em flagrante por feminicídio e homicídio foi convertida em preventiva na tarde de quarta-feira (17). Nesta quinta, o médico passará por audiência de custódia.
Os atos fúnebres de Thiele e Falcão começaram na noite de quarta-feira. Ela foi velada nas capelas da Santa Casa de Saúde de São Gabriel, enquanto ele, que era major do Exército, foi velado em uma funerária da cidade.
De acordo com a polícia, Roos, que é cirurgião gastroenteorologista, foi à casa da ex-mulher para ver as filhas do casal. Segundo a investigação, houve uma discussão entre eles, e o atual namorado de Thiele, o major Falcão, interveio. O médico, então, teria sacado uma pistola 380 e atirado. Três disparos atingiram a mulher e três acertaram o homem.
Além das gêmeas, os filhos do major também estavam na residência. As crianças não se feriram. O militar morreu no local. A mulher chegou a ser levada ao hospital de São Gabriel, passou por cirurgia durante a madrugada de quarta-feira (17), mas não resistiu.
O médico fugiu após o crime, mas se apresentou na Delegacia da Polícia Civil de São Gabriel na manhã de quarta.
Relacionamento por 10 anos
O médico e a vítima estiveram juntos por 10 anos e se separaram em novembro do ano passado. Na Justiça, o divórcio foi oficializado no dia 7 de fevereiro desse ano. Mesmo depois disso, eles chegaram a reatar e viver juntos na mesma casa, mas se separaram novamente. Havia cerca de 30 dias que o médico tinha saído definitivamente de casa.
Roos já tinha ocorrências por violência doméstica, contudo, não havia nenhum pedido de medida protetiva contra ele. A arma dele, uma Glock 380, era regularizada. Além da pistola, foram apreendidas 41 munições. A polícia investiga se o suspeito possui outras armas. O médico tinha cadastro de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC).
Contraponto
A GZH, a Polícia Civil informou que o preso se apresentou à delegacia acompanhado do advogado Paulo José da Silva Rosa, com quem a reportagem tenta contato. Também foram realizadas tentativas de contato com Wilson Roos Junior pelos telefones divulgados nos canais oficiais do perfil profissional do médico, mas até a publicação desta matéria, não houve retorno.