O governo do Estado vai prorrogar o prazo para que cidades gaúchas manifestem interesse em implantar o projeto Rede de Proteção da Mulher. A iniciativa prevê a criação de Centros de Referência de Atendimento à Mulher, com envio de recursos no valor de R$ 65 mil para serem usados em materiais permanentes (não é possível aplicar no custeio).
O prazo encerraria no dia 24 de maio, mas será estendido porque ainda restam 14 vagas. Conforme a Secretaria de Estado da Igualdade, Cidadania, Direitos Humanos e Assistência Social (SICDHAS), os convênios podem ser finalizados até o início de julho, de acordo com o calendário eleitoral.
Até agora, 51 cidades sinalizaram interesse no convênio para atendimento de vítimas de violência doméstica. Dez delas já possuem um centro municipal de referência e vão utilizar os recursos para qualificar a estrutura. Já o restante vai implantar novos centros.
As mais recentes adesões foram de 25 municípios: Alegria, Arroio dos Ratos, Arroio Grande, Barra do Ribeiro, Centenário, Charqueadas, Cidreira, Cristal do Sul, Farroupilha, Ijuí, Imbé, Morro Redondo, Nova Araçá, Pinheiro Machado, Portão, Quaraí, Rio Grande, Rio Pardo, Sananduva, Santiago, São Francisco de Paula, Sertão, Arroio do Meio, Canguçu, Sagrada Família.
Após firmar o convênio, as cidades precisam contribuir com uma contrapartida que varia entre 20% e 30% do valor fornecido pelo Estado. Por meio do Programa Avançar, o Rio Grande do Sul tem R$ 4,2 milhões para repassar aos municípios com maior taxa de casos de violência contra mulheres por mil habitantes.
Em Estrela, projeto atende 40 mulheres desde março
O Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM) de Estrela, no Vale do Taquari, foi implantado com o auxílio do governo estadual, com a verba de R$ 65 mil e mais a contrapartida do município (cerca de R$ 20 mil).
Desde 7 de março, quando o local passou a funcionar, 40 mulheres estão sendo atendidas. No espaço, elas encontram assistência psicológica, jurídica e social. A partir daí, começam as orientações e os encaminhamentos que a vítima deve fazer, assim como a família.
— Quando elas chegam é feito um acolhimento sobre seus medos e inseguranças. A gente trabalha para fortalecer essa mulher, para ela ter as informações corretas e saber quem procurar. Ela é quem toma a decisão. Vamos acompanhando caso a caso — explica Ioná Carren, coordenadora do CRAM de Estrela.
Ioná ainda complementa que o município já tinha uma rede de enfrentamento da violência contra mulher instituída, mas carecia de um espaço acolhedor, com uma equipe especializada, para qualificar o atendimento.