A Escola Municipal Pró-Infância Aquarela, em Saudades, Santa Catarina, começará a ser reformada nesta quarta-feira (12). A sala de aula onde aconteceu o ataque que matou cinco pessoas — três bebês e duas professoras — será destruída, mas a estrutura do prédio será mantida. O espaço será transformado em um parque. A creche será pintada com tintas doadas pela comunidade. A mão de obra será de clubes de serviço que se voluntariaram a ajudar.
A decisão foi confirmada a GZH pela secretária de Educação do município, Gisela Ivani Hermann, uma semana depois de Fabiano Kipper Mai, 18 anos, invadir a creche com um facão e atacar crianças e funcionários. O atentado matou Sarah Luiza Mahle Sehn, um ano e sete meses, Anna Bela Fernandes de Barros, um ano e oito meses, Murilo Massing, um ano e nove meses e duas professoras, Mirla Amanda Renner Costa, 20 anos, e Keli Adriane Aniecevski, 30.
A ideia inicial da prefeitura era realocar os alunos para outra escola de Educação Infantil em Saudades, porém, como a Aquarela atende crianças de seis meses a dois anos, possui uma estrutura específica para esse público. Por isso, a administração local optou por preservar o prédio e os móveis, desativando a sala onde o crime aconteceu.
— Vamos pintar toda escola, tirar o portão da frente, demolir a sala e transformar aquele espaço num parque. Estamos reestruturando as salas, vamos mudar a escola — explica Gisela.
A expectativa é de que a reforma termine até sexta-feira (14), quando está marcado o retorno para toda rede de ensino de Saudades. As aulas foram suspensas na sexta-feira (7) em razão da chacina.
— Com todos os clubes de serviço que nos ofereceram mão de obra, teremos de organizar bem para não sobrar gente. Iremos reformá-la com trabalho da comunidade. Poderíamos contratar alguma empresa para isso, mas consideramos positivo o empenho da comunidade nesse momento. Demonstra o quanto somos unidos — argumenta a secretária.
Nesta terça-feira (11), foram realizadas homenagens para as vítimas da chacina em frente à escola. Os pais dos alunos da Aquarela receberam uma enquete questionado quais deles querem mandar as crianças de volta à creche.
— Quem quiser trazer seu filho, a escola estará aberta — avisa a secretária.
Hospitalizado na região de Chapecó, Fabiano foi ouvido na segunda-feira (10) pela Polícia Civil de Santa Catarina. Dispensou presença de advogado e falou por mais de uma hora. Por enquanto, os investigadores não revelam o conteúdo do depoimento e esperam concluir o inquérito até sexta-feira.
— Tudo que ele disse não pode ser divulgado nesse momento, são informações sensíveis e de extrema importância para conclusão da investigação. Temos prazo para conclusão do inquérito e não queremos pedir prorrogação — explica o delegado regional de Chapecó, Nilson Casagrande.