Por meio da comparação de impressões digitais, a Polícia Civil conseguiu confirmar a identidade da mulher cujo corpo foi encontrado esquartejado dentro de uma mala em Canoas, na Região Metropolitana, na quarta-feira (24). A vítima é Gabriela Lima Santana, 21 anos, natural de Capão da Canoa, no Litoral Norte.
A principal suspeita de motivação para o crime é o envolvimento da jovem com facções. Em fotos nas redes sociais, ela aparece com uma tatuagem numérica na mão esquerda que seria a identificação de um desses grupos. Ao encontrar o corpo, a polícia constatou que essa identificação estava coberta por uma nova imagem. E o residencial onde teria ocorrido o assassinato é dominado por outra organização criminosa.
Depois que começou a investigar o esquartejamento de uma mulher que foi gravado em vídeo e divulgado em 1º de março, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Canoas conseguiu identificar o local do crime: um apartamento do condomínio Arlindo Gustavo Krentz, na Rua Machadinho, no bairro Rio Branco.
Com a divulgação do caso, surgiram pistas sobre a identificação da vítima. Imagens de Gabriela em redes sociais foram enviadas à polícia, que localizou ocorrência do desaparecimento dela registrada em 13 de março, em Capão da Canoa.
O delegado Robertho Peternelli chamou familiares para coleta de DNA. Ele não revelou que suspeitava que a jovem fosse a vítima esquartejada em Canoas. Apenas solicitou o material para fins de comparação no Banco de Desaparecidos. Esse exame — que envolve a comparação do DNA da mãe de Gabriela com o extraído do sangue achado no apartamento — deve ser concluído até o final desta semana.
Mas, com a localização do corpo, foi possível fazer a comparação direta entre impressões digitais. O exame do Instituto-Geral de Perícias confirmou que o corpo achado é de Gabriela.
— A chance de ela ser a jovem que foi esquartejada no apartamento é de mais de 90%, mas só teremos a certeza com os demais exames periciais — explicou Peternelli.
Dentro da mala em que estava o corpo também havia pedras e facas. A polícia acredita serem as facas usadas no esquartejamento e que chegam a aparecer no vídeo gravado pelos criminosos.
A investigação apontou que Gabriela tinha envolvimento com "más companhias" e costumava sumir ou ficar dias sem dar notícias. Ela já tinha outras ocorrências de desaparecimento, mas não possuía antecedentes policiais.
Dois homens identificados como suspeitos do crime seguem sendo procurados. José Ricardo Coutinho da Silva, 49 anos, é o criminoso que aparece na gravação ao lado do corpo da vítima, dentro do banheiro do apartamento do bairro Rio Branco. Ele segura uma faca e sorri, sem preocupação em esconder o rosto. Ele teve prisão preventiva decretada.
Já o homem que faz a gravação seria, conforme a investigação, Roger Gabriel Fontes dos Santos, 23 anos, que teve prisão temporária decretada.
A polícia suspeita que o crime tenha ocorrido no final de fevereiro, já que o vídeo feito pelos criminosos circulou em grupos a partir de 1º de março. A família registrou o sumiço em 13 de março. No dia seguinte, Gabriela completaria 22 anos.