A polícia acredita que dois grupos criminosos diferentes foram responsáveis pelos ataques a agências bancárias ocorridos em Arroio do Padre e em Dom Feliciano entre a tarde de sexta-feira (5) e a madrugada deste sábado (6). Os municípios ficam na região sul do Estado, COM cerca de 150 quilômetros de distância entre si. O modo de ação, no entanto, foi diferente nos dois ataques.
O caso mais recente aconteceu na madrugada deste sábado em Dom Feliciano, onde bandidos usaram explosivos para atacar uma unidade do Bradesco. Segundo a Polícia Civil, o grupo era formado por entre três E cinco criminosos. O alvo dos bandidos eram os caixas eletrônicos. Eles conseguiram fugir com uma quantia em dinheiro, mas o valor não foi divulgado.
Na fuga, chegaram a trocar tiros com policiais. Uma viatura do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) foi atingida pelos disparos. O grupo abandonou uma Nissan Frontier prata em uma estrada no acesso a uma propriedade nas proximidades do limite com Amaral Ferrador. Dentro do veículo, havia munição, miguelitos (ferros retorcidos usados para furar pneus) e explosivos. O material precisou ser detonado pelo Bope em área isolada.
Conforme a delegada regional Carla Kuhn, na caminhonete havia sangue, o que leva a polícia a acreditar que, pelo menos, um dos assaltantes esteja baleado. Os bandidos estariam com, pelo menos, duas armas longas. Nenhum policial ficou ferido na ação. A agência permanece isolada até a realização da perícia.
— Acreditamos que não tenha relação. O modo de ação é diferente, nesse caso com emprego de explosivos, e as localidades não são tão próximas. O ponto em comum é o fato de que foram ataques em cidades bem pequenas. Esses municípios acabam sendo alvos mais fáceis, infelizmente — afirmou a delegada.
A Brigada Militar, a Polícia Civil e a Polícia Federal seguem À procura dos criminosos. As buscas se concentram em área de mato próximo de onde a caminhonete foi encontrada. Policiais também continuam o cerco aos bandidos envolvidos em um assalto a uma agência do Sicredi de Arroio do Padre. O cerco é realizado no interior de São Lourenço do Sul, com apoio de um helicóptero.
Diferente do ataque em Dom Feliciano, neste caso o bando agiu durante o dia. No início da tarde desta sexta-feira, pelo menos quatro criminosos armados chegaram em dois carros e anunciaram o roubo. Na ação, fizeram moradores de reféns e obrigaram as vítimas a formar um cordão humano — tática empregada em assaltos para evitar aproximação da polícia.
Segundo o major da Brigada Militar Marcelo Nunes Ferreira, os policiais seguem embrenhados nos matagais. Durante a madrugada, os bandidos não voltaram a ser avistados. A expectativa é de que ao longo da manhã eles tentem se movimentar e sejam surpreendidos por alguma barreira ou localizados pelos PMs que estão na mata. O oficial também acredita que não há relação com o caso de Dom Feliciano:
— O provável é que não seja. São modos diferentes de atuação e em regiões afastadas. Vamos seguir as buscas até a localização — disse.
Na ação na tarde de sexta-feira, os criminosos chegaram a colocar fogo na agência, que foi controlado por funcionários da prefeitura, que fica do outro lado da rua. O grupo fugiu em um HB20 e em um Cobalt. Foram levados três reféns nos porta-malas dos carros. A quatro quilômetros do banco, os reféns foram liberados e o HB20 foi queimado. Em seguida, pararam outro veículo, que foi tomado e usado na fuga.