Com um novo nome, a tropa de elite da Brigada Militar foi apresentada nesta quinta-feira (17) a autoridades, em solenidade realizada em um dos quartéis da corporação, no bairro Aparício Borges, zona leste de Porto Alegre. O antigo Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) passou a ser o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). O nome segue o modelo adotado em outros Estados, como o Rio de Janeiro, cuja tropa foi representada no filme Tropa de Elite, sucesso de bilheteria em cinemas do Brasil e do Exterior.
De acordo com o comandante do Bope, tenente-coronel Douglas da Rosa Soares, a unidade atuará em ocorrências que envolvam explosivos e uso de reféns, entre outras, e que exijam trabalho de inteligência policial. O oficial cita como exemplo a Operação Diamante, que combate os assaltos a banco conhecidos como “novo cangaço”, nos quais os criminosos sitiam cidades do Interior e obrigam moradores a formarem cordão humano durante a ação.
— No caso dos assaltos a bancos, com informações de inteligência, foi possível antecipar a ação dos criminosos. Tivemos prisões e uma diminuição sensível desse tipo de delito nos pequenos municípios — explicou Soares.
Base em Porto Alegre
Administrativamente, o Bope passa a ser subordinado ao Comando de Órgãos de Polícia Militar Especiais (COE), diferentemente do Gate, que estava sob jurisdição do Comando de Policiamento da Capital (CPC). A base será em Porto Alegre, junto ao comando da instituição. Para que cheguem de maneira rápida em todo o território gaúcho, os policiais vão se valer, entre outros recursos, do Batalhão de Aviação.
— A expectativa é muito grande, a responsabilidade maior ainda, mas aceitamos com imenso prazer. Vemos nessa mudança uma maneira de otimizar a máquina, para que a população seja melhor atendida — concluiu Soares.
A mudança foi oficializada em 20 de dezembro, quando o então governador José Ivo Sartori assinou decreto de reestruturação dos grupos policiais gaúchos. Entre outras medidas, além da transformação do Batalhão do Gate no Bope, os três Batalhões de Operações Especiais (BOE), sediados em Porto Alegre, Santa Maria e Passo Fundo, passaram a ser denominados Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque).
Já os BPChoques, pelas novas diretrizes, realizarão policiamento mais especializado na comparação com os demais batalhões, principalmente em grandes eventos e ocorrências no sistema penitenciário.
Fuzis de precisão
O comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), tenente-coronel Douglas da Rosa Soares, afirma que os integrantes do novo batalhão aprenderão a trabalhar com fuzis de precisão — que calculam e medem distâncias —, a intervir em ocorrências com artefatos explosivos e a manusear equipamentos como raio X, robôs e cargas explosivas. Segundo o oficial,
os PMs passarão, em um primeiro momento, pela mesma formação inicial que os demais policiais. Depois, haverá exigente processo seletivo, que durará aproximadamente três meses.
— O candidato será submetido a uma carga horária de conhecimento muito grande, visando estar preparado para operações e manuseio de equipamentos e armamentos especiais, para que possa compor, por exemplo, equipes de intervenção tática, no caso de ocorrências com reféns — disse.
Na prática, por enquanto, houve poucas mudanças. As roupas ainda são as mesmas do período do Gate e ainda não têm a nomenclatura do novo batalhão. O efetivo conta com cerca de
60 PMs, mas, de acordo com o comandante, o novo status chega acompanhado de novas expectativas.
— O efetivo será acrescido de um setor de inteligência. Com a transformação do Gate em batalhão, ganha-se autonomia operacional e administrativa — afirma Soares.
A solenidade de apresentação do Bope, na sede que passa a ser agora ao BPChoque de Porto Alegre, foi prestigiada pelo vice-governador e secretário estadual da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, pelo comandante-geral da Brigada Militar, Mario Ikeda, pela chefe de Polícia, Nadine Anflor, e pela diretora do Instituto-Geral de Perícias, Heloísa Helena Kuser.