A partir desta quinta-feira (17), o antigo Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), considerado a tropa de elite da Brigada Militar (BM), passará a ser chamado de Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), a exemplo do que já acontece em outros Estados, como o Rio de Janeiro.
Em entrevista ao programa Gaúcha +, da Rádio Gaúcha, o tenente-coronel Douglas da Rosa Soares, primeiro comandante do novo batalhão, explicou que a alteração está alinhada ao planejamento estratégico da BM.
— Vemos nessa mudança uma maneira de otimizar a máquina, para que a população seja melhor atendida — explicou o tenente-coronel.
Conforme o comandante, a mudança na nomenclatura representa maior amplitude nas ações, que já pôde ser vista em algumas operações recentes, como a Diamante.
— No caso dos assaltos a bancos, com informações de inteligência, foi possível antecipar a ação dos criminosos. Tivemos prisões e uma diminuição sensível desse tipo de delito nos pequenos municípios — explicou Soares.
O Bope começa a atuar com o efetivo que integrava o Gate e uma estrutura de suporte de inteligência policial. Ao longo do tempo, segundo o comandante, a ideia é qualificar os policiais que farão parte da nova tropa. O foco estará em casos que demandem especialização e melhores equipamentos.
— O Bope vem para trabalhar de maneira preventiva. Nossas principais missões continuam sendo ocorrências com reféns, artefatos explosivos, assaltos a bancos e outros delitos que fogem da normalidade — afirmou.
Treinamento
Segundo Soares, os PMs passarão, em um primeiro momento, pela mesma formação inicial dos demais policiais. Depois, haverá um exigente processo seletivo, que terá duração aproximada de três meses.
— O candidato será submetido a uma carga de conhecimento muito grande, visando estar preparado para operações e manuseio de equipamentos e armamentos especiais, para que possa compor, por exemplo, equipes de intervenção tática, no caso de ocorrências com reféns — disse.
Conforme o comandante, os integrantes do Bope aprenderão a trabalhar com fuzis de precisão, a intervir em ocorrências com artefatos explosivos e a manusear equipamentos como raio-x, robôs e cargas explosivas.
A base do Bope será em Porto Alegre, junto ao comando da instituição. Para que cheguem de maneira rápida em todo o território gaúcho, os policiais vão usar o Batalhão de Aviação.
— Hoje já fazemos essa atividade, com equipes de aeronaves patrulhando de maneira preventiva os locais onde a inteligência aponta a possibilidade de um delito de muita repercussão no interior do Estado — explicou o comandante.