Os cerca de 8 mil habitantes de Cristal, no sul do Estado, viveram momentos de tensão na noite desta terça-feira (16). A troca de tiros em uma barreira da Polícia Federal (PF) na cidade, que terminou com duas mulheres mortas e uma criança e um homem feridos, deixou moradores em alerta e fez com que muita gente tivesse dificuldade para dormir.
— Até agora não dormimos. É uma coisa muito incomum na cidade, ninguém nunca viu isso aqui — disse um morador, que preferiu não se identificar, em entrevista à Rádio Gaúcha.
O caso ocorreu em uma estrada que liga o município a Amaral Ferrador, por volta das 23h30min. Segundo a PF, dois veículos furaram uma barreira que foi montada no local após a corporação ter recebido informações sobre um grupo que iria tentar resgatar criminosos que atacaram um banco em Dom Feliciano, no dia 6 de julho.
O morador, que tem casa próxima à região onde ocorreu o tiroteio, deu mais detalhes da ação:
— Estávamos em casa, indo dormir, mais ou menos às 23h30min, quando os cachorros alertaram. Vim para a rua ver o que era e tinha uma viatura parada. Estranhei, porque estavam com armas. Ficaram alguns minutos parados e eu fui perguntar o que era, mas não deu tempo. Começaram a atirar, e eu voltei correndo para casa, peguei minha esposa e minha filha e me escondi no banheiro dos fundos. Durou segundos, nem um minuto, mas foram 30, 50 tiros — lembra.
Dois mortos e dois feridos
As mulheres mortas foram identificas como Aline Schimit Pirola, 25 anos, e Daniela Wizemann, 35 anos, ambas de Lajeado. O homem ferido, conforme a PF, era condenado por homicídio e estava em prisão domiciliar — o nome dele, que está sob custódia da polícia, não foi divulgado.
Ainda não há informações sobre a ligação entre as mulheres e o homem. Foi encontrado e apreendido armamento em um dos veículos.
A criança ferida tem quatro anos e estava em um dos carros envolvidos na ocorrência. O menino foi atendido ainda na cidade, levado a um hospital de Camaquã e, depois encaminhado para Porto Alegre em estado grave.