Agentes da Polícia Federal (PF) finalizaram na manhã desta quarta-feira (22) a contabilidade de todo o dinheiro recolhido durante as buscas realizadas na terça-feira (21) na Operação Egypto no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Ao todo, foi apreendido o valor de R$ 1.359.341. São R$ 1,1 mil, além de Euros, Dólares e Francos Suíços. Em relação aos dez presos, eles começarão a ser ouvidos ao longo do dia. É investigado um suposto esquema de pirâmide financeira em todo o país envolvendo uma empresa que tem sede em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos.
A PF informa que até às 11h30min desta quarta-feira, todos os suspeitos seguiam detidos aguardando depoimentos. Além disso, os agentes seguem analisando documentos apreendidos e mais detalhes sobre as três contas bancárias da Indeal, empresa suspeita e que teve cinco pessoas ligadas a ela detidas durante a operação.
Os sócios são suspeitos de oferecer lucros mensais de 15% para investimentos em criptomoeda (moedas virtuais) sem autorização do Banco Central. No entanto, parte destes valores era aplicada pelos suspeitos, que tiveram rápido ganho patrimonial, em previdência privada, cerca de 60 imóveis, vários veículos e artigos de luxo.
Em 15 meses, o grupo teria recebido R$ 1 bilhão nas três contas bancárias e teria movimentado, entre fevereiro do ano passado e fevereiro deste ano, cerca de R$ 850 milhões. A investigação da Polícia Federal e da Receita Federal apurou que nem 10% deste montante foram investidos em criptomoedas.
Ainda não foi feito um balanço das pessoas lesadas, o que também está sendo apurado, mas há 55 mil cadastros de quase todo o país na Indeal. Sobre o dinheiro já bloqueado pela PF, em tese, os investidores neste esquema devem ingressar na Justiça para conseguir retirar os valores.
Procurado por GaúchaZH na terça-feira, o advogado da inDeal, Julião Ludwig, afirmou que ainda não havia tido acesso ao inquérito e, por isso, não tinha detalhes da investigação. Salientou que em outra operação em janeiro já foi comprovado a inexistência de pirâmide, o que, segundo ele, deve ocorrer novamente agora. O nome da empresa não foi divulgado pela PF, mas a reportagem confirmou a identificação ao ir até a sede onde os mandados foram cumpridos.