Operação da Polícia Federal (PF), com apoio da Receita Federal e da Polícia Civil, deflagrada na manhã desta terça-feira (21) no Rio Grande do Sul e em outros dois Estados, mira uma empresa suspeita de movimentar dinheiro — sem autorização do Banco Central — em suposto esquema de pirâmide financeira. A inDeal, com sede em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, estaria oferecendo aos interessados retorno de, pelo menos, 15% no primeiro mês de aplicação.
Além dos crimes de operação de instituição financeira sem autorização legal, gestão fraudulenta, apropriação indébita financeira, lavagem de dinheiro e organização criminosa, o inquérito apura o envolvimento de pessoas que teriam tentado obter informações sigilosas da investigação e que foram identificadas.
O procurador da República Celso Tres afirma que a empresa citava o suposto investimento em criptomoedas às vítimas como o serviço a ser operado com os valores depositados. No entanto, o dinheiro seria aplicado em outros investimentos e na compra de bens.
A inDeal teria recebido depósitos de mais de R$ 1 bilhão desde fevereiro do ano passado. Deste valor, estimado pelo auditor fiscal da Receita Federal Heverton Luiz Caberlon, pelo menos R$ 850 milhões foram movimentados entre fevereiro de 2018 e fevereiro de 2019 e estão comprovados pela quebra do sigilo bancário obtida pela PF.
Segundo Tres, essa quantia pode aumentar após análise do material colhido na operação desta terça-feira.
O nome da empresa não foi divulgado pela PF, mas a reportagem confirmou a identificação ao ir até a sede onde os mandados foram cumpridos.
O advogado da inDeal, Julião Ludwig, afirmou que ainda não teve acesso ao inquérito e, por isso, não tem detalhes da investigação. Entretanto, o defensor salienta que em outra operação em janeiro já foi comprovado a inexistência de pirâmide, o que deve ocorrer novamente agora.