O Rio Grande do Sul registrou 300 ataques a banco e a terminais com uso de explosivos. O levantamento de GaúchaZH inicia em 2010, quando este tipo de crime começou a ficar mais recorrente no Estado, e vai até 2018. A quantidade representa 16,9% do total das 1.776 ocorrências envolvendo agências neste período. Porto Alegre e Caxias do Sul lideram os casos, e, por região, a Serra é a mais atingida.
Além disso, já foram explodidas cinco agências bancárias em 2019, dois deles em fevereiro — num período de seis dias e cometidos pela mesma quadrilha em Ibirubá, no Noroeste, e em Fontoura Xavier, no Norte.
Os casos de ataques a bancos, de forma geral, vêm caindo desde 2016, mas causa preocupação às autoridades o fato de que houve aumento de explosões nos últimos quatros anos no Estado. Além disso, aconteceram junto a cidades sitiadas por bandidos e com pouco poder de reação devido ao pouco policiamento.
Desde 2015, foram 219 ataques a bancos com explosivos, representando 73% do total das 300 ocorrências nos últimos nove anos. Trata-se, em média, de uma ocorrência a cada seis dias. Além disso, 2017 foi o ano que mais houve agências explodidas por bandidos no Rio Grande do Sul, com 64 casos.
Nesses 10 anos, 143 cidades tiveram agências explodidas por grupos criminosos. Este número representa 28,8% do total de cidades no Estado. Caxias do Sul e Porto Alegre foram as que tiveram mais ocorrências: 15 cada uma.
Entre as regiões, a Serra registrou maior concentração dos casos, 21,3% do total. Desde 2010, foram 64 ataques com uso de explosivos em 24 cidades. Depois de Caxias do Sul, Bento Gonçalves aparece em segundo lugar com oito ocorrências. Nova Pádua, com apenas 2,5 mil habitantes, teve 12 ataques em 10 anos, sendo quatro com agências explodidas por quadrilhas.
A respeito dos pequenos municípios, que são alvos de criminosos por terem efetivo policial reduzido, também estão na mira das quadrilhas que usam explosivos nos ataques. Ao todo, 86 pequenas cidades registraram fatos desse tipo desde 2010. Este número representa 17,3% dos municípios do Rio Grande do Sul. Cerro Grande do Sul, no Sul do Estado, foi a campeã nesse critério: seis ao todo. Santana da Boavista, na Campanha, e Vila Nova do Sul, na região Central, tiveram, cada uma, cinco registros.
Para evitar esse tipo de crime, a Brigada Militar informou que neste ano vai intensificar a Operação Diamante, como ocorreu em Ibiraiaras, no norte gaúcho, em 2018, quando desarticulou quadrilha que atacou banco. Se não conseguir prevenir, com trabalho de inteligência e deslocamento de tropa para locais com possíveis ataques, o objetivo será a repressão rápida.
A Polícia Civil intensificou as investigações e prendeu integrantes de quadrilhas que atuam com explosivos. O delegado João Paulo de Abreu, da Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), ressalta que bandidos envolvidos em roubos neste ano, como em Ibirubá e Fontoura Xavier, já estão presos.
— Também estamos atacando as finanças dessas quadrilhas e evitando que possam se rearticular rapidamente — diz Abreu.