Com a prisão de um criminoso na noite de terça-feira (5) em São Leopoldo, a Polícia Civil descobriu que o plano de uma facção para resgatar um detento envolveria 30 integrantes do grupo, que tem base no Vale do Sinos. O crime seria praticado em fevereiro deste ano, mas não ocorreu. Os investigados também haviam planejado a execução de autoridades que estavam prejudicando as ações do grupo. Ao todo, seis responsáveis por arquitetar os crimes e cooptar os demais suspeitos foram presos. Apenas mais um suspeito segue sendo procurado.
A equipe do delegado Rodrigo Zucco efetuou a prisão mais recente de um integrante do grupo na terça-feira. A Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos de São Leopoldo, que investiga o caso, descobriu os planos durante ações contra roubo de veículos na região. Outros brandidos também foram presos pela polícia durante a apuração dos fatos, mas nem todos estavam por trás dos planos de execuções e de resgate.
Segundo Zucco, o suspeito preso na terça tem passagens pela polícia por porte, receptação e tráfico, inclusive tem uma condenação judicial. O homem de 28 anos é de Caxias do Sul e estava no Vale do Sinos em busca de drogas. Em depoimento, ele confessou que os comparsas envolvidos, em torno de 30, eram de Lajes, em Santa Catarina, Montenegro e Rio Grande.
— Eles só não conseguiram o resgate do detento porque a audiência, em fevereiro, foi cancelada — diz Zucco.
O preso que a facção pretendia soltar é um dos líderes do grupo e tem mais de 50 anos de condenações. Por enquanto, a polícia não está divulgando nomes porque a investigação prossegue.
Sobre os planos de execuções, também confirmados pelo preso e que constavam em trocas de mensagens descobertas após apreensão de celulares dos demais detidos, Zucco diz que eram três alvos: um policial civil, um membro do Poder Judiciário e um agente do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Novo Hamburgo.
Este último foi a única execução concretizada. Hadylson Padilha, 51 anos, foi assassinado após sair da unidade no Vale do Sinos, em janeiro deste ano. O crime teria sido encomendado pela mãe de um interno do local por represália. A mulher é companheiro do detento que seria resgatado em fevereiro durante audiência na Justiça.