O agente do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) morto na saída do trabalho na noite deste sábado (27) no bairro Canudos, em Novo Hamburgo, foi alvo de uma execução. É o que aponta a investigação da Polícia Civil.
Segundo o delegado Rogério Bággio, titular da Delegacia de Homicídios da cidade, o assassinato de Hadylson Padilha, 51 anos, está relacionado com a função exercida por ele na entidade.
- Não foi um assalto. Os autores do crime não pediram nada para as vítimas. Eles chegaram atirando.
Entre a noite de sábado e madrugada de domingo (28), foram ouvidos adolescentes internos e funcionários do Case, familiares da vítima, além do outro agente que também teve o carro atingido por tiros.
Conforme relatos de familiares e colegas à polícia, Padilha não havia relatado estar sofrendo nenhum tipo de ameaça. Também não há registro de denúncia contra o socioeducador.
Ainda segundo o delegado, os criminosos tinham conhecimento da rotina do Case, uma vez que o ataque ocorreu exatamente na hora da troca de turno. A polícia ainda precisa confirmar se Padilha era, de fato, o alvo.
O outro agente que conseguiu escapar do ataque chegou a ser ouvido pelos policiais, mas estava muito abalado.
O crime ocorreu por volta das 19h desse sábado. Três criminosos em um Voyage branco passaram atirando contra os portões do Centro no momento que Padilha e o colega estavam saindo.
A vítima tentou escapar de carro, mas foi perseguida pelos bandidos e acabou atingida por um tiro, perdendo o controle do veículo e entrando em um mato próximo.
O colega teve o carro atingido por tiros, mas não se feriu.
Os criminosos abandonaram o Voyage, que era roubado e tinha placas clonadas, em um terreno baldio na Rua Odon Calvalcante.
Depois, fugiram em um Logan branco, que foi localizado carbonizado horas depois em São Leopoldo, também no Vale do Sinos.
O Voyage foi encaminhado para perícia. O Logan não consta como roubado, mas a polícia suspeita que se trate também de um carro clonado.
Padilha será velado a partir das 18h de domingo na Capela 4 do Memorial Cristo Rei, em São Leopoldo. O enterro ocorrerá em Santa Maria, na Região Central.
A Fundação de Atendimento Sócio-Educativo do Rio Grande do Sul lamentou a morte do monitor, que trabalhava na fundação desde 2001, e emitiu uma nota.
Confira a íntegra do documento
Com profundo pesar, o presidente da Fase, Robson Luis Zinn, informa a morte do agente socioeducador Hadylson Padilha, no início da noite deste sábado (27).
Indivíduos passaram em um carro, em frente ao Case Novo Hamburgo, onde o servidor trabalhava, e deram tiros em direção ao portão principal. Na sequência, saíram em perseguição ao veículo do agente que acabou morto pouco depois. O servidor tinha 51 anos e trabalhava na Fundação desde 2001.
O velório terá início as 18 hs no Memorial Cristo Rei, Capela 4 – Av. Theodomiro Porto da Fonseca, 3249 – Padre Reus, São Leopoldo. O enterro ocorrerá na cidade de Santa Maria em local e horários a serem confirmados.