Paulo Roberto Paes e Silva Júnior (*)
O câncer colorretal, também conhecido como câncer de intestino, é uma doença diagnosticada anualmente em quase 2 milhões de pessoas em todo o mundo. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Brasil este é o segundo tipo de câncer mais incidente em homens e mulheres, atrás do câncer de próstata e de mama feminina, respectivamente, quando desconsideramos os cânceres de pele não-melanoma. No Brasil estima-se que aproximadamente 46 mil novos casos sejam diagnosticados por ano no triênio 2023-2025, correspondendo a cerca de 10% do total de tumores diagnosticados no país.
A doença, muitas vezes silenciosa, ainda é pouco conhecida pela população, sendo muito comum receber pacientes no consultório que não sabem quais são os seus sintomas ou como se prevenir. Por isso, é importante que a informação chegue a todos, por meio de campanhas de conscientização e divulgação em meios de comunicação.
Também é essencial falar sobre o câncer colorretal para reduzir mitos e a desinformação em relação à doença. É rotina ouvir relatos de pacientes que acreditam que esse tipo de câncer somente acomete idosos ou apenas a população masculina. Na realidade, pode se manifestar em pessoas de todas as idades e gêneros. Além disso, há tratamentos disponíveis que podem melhorar a qualidade de vida e, quando diagnosticado precocemente, as chances de cura são maiores.
Cabe destacar ainda que a prevenção é fundamental. Por isso, é importante realizar exames de rotina, como a colonoscopia, especialmente em pessoas acima de 45 anos, embora em muitos casos seja necessário antecipar o exame, por exemplo quando há alguma investigação em curso, como em pacientes com algum histórico familiar de câncer de intestino, pacientes com queixas de sangramento intestinal ou outros sintomas e/ou alteração na pesquisa de sangue oculto nas fezes, ou até mesmo em casos de portadores de síndromes genéticas e algumas doenças inflamatórias do intestino. A despeito de toda a importância, ainda é comum o medo ou mesmo vergonha de realizar a colonoscopia, o que pode atrasar o diagnóstico e prejudicar o tratamento. É importante lembrar que, apesar do preparo para o exame exigir paciência, a colonoscopia é rápida, indolor e pode salvar vidas.
Outros fatores de risco para esse tipo de câncer incluem uma dieta rica em gorduras e pobre em fibras, sedentarismo, obesidade, tabagismo e consumo excessivo de álcool. É importante que as pessoas estejam cientes dos sinais e sintomas do câncer colorretal, que incluem mudanças no hábito intestinal, sangue nas fezes, dor abdominal, perda de peso sem causa aparente e cansaço. Qualquer pessoa que apresente esses sintomas deve procurar seu médico de confiança.
Em resumo, alertar sobre o câncer de colorretal é fundamental para prevenir a doença, combater o estigma em relação aos exames preventivos e reduzir mitos e a desinformação. Por isso, é essencial que a população seja conscientizada sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce, para que o tratamento seja eficaz e com mais chances de cura.
(*) Oncologista clínico e médico consultor da Libbs Farmacêutica