Correção: no Hospital de Clínicas, as cirurgias consideradas urgentes estão mantidas, e não serão remarcadas como publicado entre 18h32min de quarta-feira (8) e 9h40min desta quinta (9). O texto já foi corrigido.
Os hospitais de Porto Alegre seguem atendendo somente pacientes de urgência e emergência. Um dos problemas enfrentados nas instituições é a falta de profissionais, seja por terem sido afetados pela enchente ou morarem na Região Metropolitana e não conseguirem chegar à Capital para trabalhar. Alguns estão dormindo no próprio local.
Mesmo diante das dificuldades, a Santa Casa de Porto Alegre esclarece que não ocorreu evacuação na instituição pelos alagamentos na Capital, ao contrário do que circulou nas redes sociais na manhã desta quarta-feira (8). Não é cogitada qualquer evacuação no complexo hospitalar, informou a direção da casa de saúde.
Confira a situação nos hospitais da Capital
Santa Casa de Porto Alegre
Conforme a diretora de Operações da Santa Casa, Gisele Nader Bastos, a instituição segue sem água da rede, mas com abastecimento de caminhões pipa vindos de outros Estados e do próprio Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) de Porto Alegre. Segundo a diretora, medicamentos e oxigênio estão com estoques suficientes.
— Em nenhum momento foi cogitada a evacuação da instituição, que está preparada para todas as eventualidades, inclusive falta de água e de energia. Tem gerador de energia, tem backup da rede — afirma a diretora de Operações da Santa Casa, Gisele Nader Bastos.
Há falta de funcionários afetados por alagamentos ou que moram em regiões das quais não conseguem chegar à instituição, mas residentes da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) estão suprindo a demanda. Também há 90 colaboradores dormindo na unidade, já que não conseguem chegar as suas residências. Ambulatório e cirurgias eletivas seguem suspensos e os atendimentos estão restritos a urgência e emergência.
Hospital de Pronto Socorro
O Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre também conta com um déficit de profissionais que não conseguem chegar na instituição. Os estoques de medicamentos e de oxigênio estão dentro do padrão. Além disso, o banco de sangue está temporariamente fechado e conta com estoque de reserva.
Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Equipes do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) têm realizado reuniões diárias de avaliação sobre os impactos e contingências necessárias na casa de saúde. Reforços nas medidas de economia de água estão sendo aplicados no hospital, que está sendo abastecido com caminhões pipa da prefeitura.
Consultas e exames eletivos previamente agendados estão temporariamente cancelados, já os atendimentos de quimioterapia, radioterapia e diálise estão mantidos. Além disso, cirurgias consideradas urgentes também estão mantidas.
Grupo Hospitalar Conceição
O Grupo Hospitalar Conceição (GHC), que comporta cinco instituições de saúde - Hospital Conceição, Hospital da Criança, Hospital Fêmina, Hospital Cristo Redentor e UPA Moacyr Scliar - segue com atendimentos de urgência e emergência, suspendendo temporariamente os serviços ambulatoriais e eletivos. Estoques também estão dentro do esperado. Representantes da Associação dos Servidores do Grupo Hospitalar Conceição (ASERGHC) emitiram uma nota de repúdio contra a proibição do banho dos trabalhadores dentro do GHC.
Conforme a vice-presidente da associação, Graziela Palma, no Hospital Cristo Redentor foi cortada a água quente de alguns chuveiros. No Fêmina, registros das torneiras foram retirados.
— Recebemos que a direção do GHC tinha orientado as gerências a dizer aos funcionários que não era para tomar banho. Recebemos algumas ligações de funcionários relatando isso. As pessoas estão trabalhando direto e não têm direito a tomar banho? Sendo que isso é um direito ao trabalhador da saúde — comenta.
A direção do hospital reconheceu o caso, mas disse que não afetou os trabalhadores, já que foi em um curto período de tempo.
— O hospital já estava no limite de terminar a água e pedimos para os funcionários para não tomarem banho. Mas isso foi só meio dia, depois foi reestabelecido e recolocado. Não houve impacto aos trabalhadores. A maioria, inclusive, compreendeu. Isso é para priorizar a água para os pacientes — explicou o presidente da instituição, Gilberto Barichello. O gestor ainda informa que em nenhum momento faltou água nas unidades.
Também há trabalhadores com casas alagadas ou que tiveram dificuldades para chegar nas residências dormindo nas instalações do GHC.
Hospital São Lucas da PUCRS
Pelo levantamento da direção do Hospital São Lucas da PUCRS, 113 colaboradores foram atingidos pela enchente e perderam seus pertences, além de outros também afetados, e não puderam comparecer nos turnos de trabalho. Alguns estão dormindo na casa de colegas, na Capital.
— Estamos com colaboradores no limite para manter o funcionamento. Alguns estão dobrando os turnos para manter a funcionalidade. Insumos temos alguns casos pontuais que preocupam, mas já estamos entrando em contato tanto com a Secretaria de Saúde como de parceiros. Não tem nada faltando e oxigênio não tem previsão de desabastecimento — afirmou o o diretor técnico do Hospital São Lucas da PUCRS, Fabiano Ramos. A unidade está sendo abastecida com caminhões pipa e conta com um reservatório para 48 horas.
Hospital Moinhos de Vento
O Hospital Moinhos de Vento segue com a manutenção dos pacientes internados e urgências. O fator de mais preocupante é com o abastecimento de água.
— A água segue sendo um ponto de atenção bem importante. Abastecimento de água com caminhão pipa pelo DMAE e reservatórios no limite para a operação — explica a gerente de Risco, Segurança e Qualidade do hospital, Aline Brenner.
A gerente também relata que a equipe de colaboradores do hospital segue com dificuldades de deslocamentos de trânsito entre as cidades da Região Metropolitana. Cerca de cem profissionais estão dormindo na estrutura do hospital.
Hospital Mãe de Deus
O Hospital Mãe de Deus, que foi o mais afetado da Capital com alagamentos no subsolo da instituição, segue com as atividades suspensas. Conforme a instituição, a equipe de colaboradores está trabalhando para o reestabelecimento dos serviços. A sede da Rua José de Alencar, no bairoo Menino Deus, segue sem atendimentos, já que a rua continua alagada.
A Unidade Carlos Gomes está sem operação até o dia 12 de maio, apenas com hemodiálise. Já a Unidade de Radioterapia, que fica na Rua Orfanotrófio, iniciou nesta quarta-feira o tratamento quimioterápico.