O Ministério da Saúde divulgou na quarta-feira (5) que a vacinação contra a covid-19 de crianças de cinco a 11 anos começará ainda neste mês, com as doses pediátricas da Pfizer. O envio do primeiro lote com 1,248 milhão de unidades está previsto para 14 de janeiro, um dia após a chegada da remessa inicial acertada com a farmacêutica – outras duas, ambas com 1,248 milhão de doses, estão previstas para os dias 20 e 27, totalizando 3,7 milhões unidades em janeiro.
Pela contrato, a Pfizer deve entregar ao Brasil 20 milhões de doses pediátricas no primeiro trimestre de 2022, quantidade suficiente para aplicação da primeira dose em crianças de cinco a 11 anos. Segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada pelo ministério, há cerca de 20,5 milhões de pessoas nesta faixa etária no Brasil. Portanto, serão necessárias mais de 40 milhões de doses para imunização dos pequenos, uma vez, que o esquema primário prevê duas injeções.
Mas como ficará a distribuição das vacinas aos Estados?
Assim como no rateio para adultos e adolescentes, o Ministério da Saúde respeitará o coeficiente de representatividade de cada Estado para direcionar as doses. Com isso, o Rio Grande do Sul, que tem 968,9 mil crianças na faixa dos cinco aos 11 anos, receberá 4,73% dos imunizantes direcionados às secretarias estudais da Saúde.
O Estado, portanto, receberá 180 mil doses pediátricas da Pfizer em janeiro, divididas em três remessas de 60 mil unidades. Se o ministério cumprir a data de envio, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) poderá iniciar a distribuição aos municípios no dia 17 de janeiro.
Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta quinta-feira (6), a titular da SES, Arita Bergmann, já descartou a possibilidade do ano letivo começar com todos os estudantes de cinco a 11 anos vacinados contra a covid. As 180 mil doses também não serão capazes de suprir o grupo prioritário (comorbidades e deficiências permanentes, indígenas e quilombolas), formado por cerca de 200 mil crianças no RS.
— O processo de imunização vai ocorrer durante o primeiro trimestre. Esse período inclui o mês de março e o ano letivo começa, em muitos casos, ainda em fevereiro. Por isso, não teremos condições (de garantir a vacinação a tempo) — destacou Arita.
A infectologista pediatra Sonia Maria de Faria, do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, também em entrevista ao Gaúcha Atualidade, afirmou que a volta às aulas de forma segura está diretamente ligada à vacinação contra a covid-19 das crianças.
Detalhes da vacinação
O esquema vacinal será com duas doses, com intervalo de oito semanas entre as aplicações. O tempo é superior ao previsto na bula da vacina da Pfizer. Na indicação da marca, as duas doses do imunizante poderiam ser aplicadas com três semanas de diferença.
A vacinação das crianças seguirá uma ordem de prioridade:
- Crianças de cinco a 11 anos com deficiência permanente ou comorbidades;
- Crianças indígenas e quilombolas;
- Crianças que moram com pessoas que possuem alto risco para a covid-19, como idosos, por exemplo.
Em seguida, a imunização será ampliada para crianças sem comorbidades, na seguinte ordem:
- 10 a 11 anos;
- oito a nove anos;
- seis a sete anos;
- cinco anos.