Após o Ministério da Saúde divulgar o início da imunização contra a covid-19 de crianças de cinco a 11 anos, o governo do Estado começa a avaliar o cronograma de aplicação de doses para este público no Rio Grande do Sul. O calendário estadual deverá ser elaborado ainda nesta quinta-feira (6). Após uma avaliação dos secretários municipais de saúde, acredita-se que a divulgação ocorra apenas na semana que vem.
A Secretaria Estadual da Saúde (SES), no entanto, prevê iniciar a campanha no dia 17 de janeiro, começando com os grupos prioritários que contemplam crianças com comorbidades e deficiências permanentes, indígenas e quilombolas. A data considera a previsão do Ministério da Saúde de fazer o primeiro envio de vacinas em 14 de janeiro. A pasta também trabalha com o calendário da Pfizer, que deve fazer a entrega da remessa inicial no dia 13.
O governo gaúcho já admite a impossibilidade de o Estado conseguir imunizar com ao menos uma dose todas as crianças de cinco a 11 anos até o início do calendário letivo. Na rede estadual e em grande parte da rede privada, a data prevista de retorno é 21 de fevereiro.
Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, a secretária Arita Bergmann explicou que a população estimada para essa faixa etária é de quase um milhão de pessoas – segundo o Ministério da Saúde, são 968,9 mil. Dessas, acredita-se que aproximadamente 200 mil façam parte do grupo prioritário.
Com a previsão inicial de fornecer aproximadamente 60 mil doses por remessa – três lotes estão programados para janeiro –, será possível iniciar a vacinação de forma escalonada (avançando por idade, começando pelos 11 anos)do público não prioritário a partir de fevereiro. Nesse cenário, é pouco provável, segundo a secretária, que todas as crianças retornem às salas de aula já vacinadas com pelo menos uma dose.
A vacina pediátrica da Pfizer prevê duas doses, e o Ministério da Saúde decidiu pelo intervalo de oito semanas entre as duas injeções.
— Eu acho que isso não vai acontecer, porque o processo de imunização vai ocorrer durante o primeiro trimestre. Esse período inclui o mês de março e o ano letivo começa, em muitos casos, ainda em fevereiro. Por isso, não teremos condições (de garantir a vacinação a tempo) —afirmou.