Embora o cronograma de vacinação contra a covid-19 para crianças entre cinco e 11 anos tenha sido divulgado pelo Ministério da Saúde apenas nesta quarta-feira (5), o governo do Estado já vinha se articulando para dar início ao processo vacinal desde dezembro passado. Segundo a secretária da Saúde do RS, Arita Bergmann, caso as doses sejam enviadas ao Estado no dia 14 de janeiro, conforme informado pelo secretário-executivo da pasta, Rodrigo Cruz, na segunda-feira seguinte (17), a SES pode dar início ao repasse aos municípios. A partir deste passo, as prefeituras já podem começar a vacinar os pequenos.
A secretária destaca que, quando a Anvisa autorizou tecnicamente a utilização da vacina Pfizer em crianças, em dezembro, a Secretaria Estadual da Saúde formou um grupo de trabalho para planejar a operacionalização da campanha de vacinação. Ela reitera que a segunda medida do Estado foi a decisão de não colocar a prescrição médica como pré-requisito para a imunização. O que faltam, agora, são definições operacionais.
Com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o MS estima que há no RS 968,9 mil crianças com idades entre cinco e 11 anos aptas a receberem as doses, o que representa 4,73% no cenário nacional. No lote de janeiro, o Brasil receberá 1,248 milhão de vacinas, das quais, cerca de 60 mil devem vir para o RS.
Entre as determinações do ministério, está previsto que as crianças permaneçam em observação no local de recebimento da vacina por pelo menos 20 minutos. Por este motivo, a aplicação deve ocorrer exclusivamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), onde há sala de vacinação, em um horário específico para as crianças. A secretária ressalta que a aplicação não deve ser feita em drive-thru ou nas escolas, como ocorreu em alguns municípios nas etapas anteriores.
— Precisamos organizar como se vai capacitar os vacinadores, como vai se organizar a rede, pois é preciso ter uma sala específica para a criança ser acolhida, junto com um familiar que esteja acompanhando, para que fique um tempo em observação — destaca.
Arita avalia que o Ministério da Saúde poderia ter antecipado estas etapas que antecedem o início da vacinação em crianças, como a aquisição dos imunizantes, a consulta pública e o anúncio desta tarde.
— A consulta pública foi um passo dentro do processo democrático que demonstrou uma vitória da ciência e das nossas crianças — sublinha.