O Ministério da Saúde voltou atrás e decidiu não exigir a prescrição médica de pais ou responsáveis na vacinação contra a covid-19 em crianças de cinco a 11 anos.
GZH teve acesso a um documento que será enviado aos Estados e municípios com as orientações da imunização. O ofício afirma que o Ministério da Saúde recomenda a inclusão da vacinação das crianças de forma não obrigatória no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19.
No documento, o governo federal apenas indicar um termo de assentimento de pais ou responsáveis que não estiverem presentes no momento da vacinação – e não cita mais receita médica.
A vacinação das crianças seguirá uma ordem de prioridade:
- Crianças de cinco a 11 anos com deficiência permanente ou com comorbidades;
- Crianças indígenas e quilombolas;
- Crianças que moram junto com pessoas que possuem alto risco para a covid-19, como idosos, por exemplo.
Em seguida, a imunização será ampliada para crianças sem comorbidades, na seguinte ordem:
- 10 a 11 anos;
- oito a nove anos;
- seis a sete anos;
- cinco anos.
Os detalhes do cronograma da imunização infantil serão dados a partir das 16h desta quarta-feira (5) pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em uma coletiva de imprensa, realizada em Brasília.
A mudança de posicionamento sobre a receita médica vem um dia após a realização da audiência pública que debateu a vacinação de crianças contra o coronavírus junto com sociedades médicas e outras entidades.
Na ocasião, a secretária extraordinária de enfrentamento à covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Leite de Melo, afirmou que a maioria dos participantes da consulta pública, aberta na última semana de 2021, se disse contrária à exigência da receita médica – mais de 99 mil contribuições foram coletadas pela pasta.
Em dezembro, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, havia anunciado que a apresentação dos documentos seria exigida nos postos de saúde, gerando repercussão negativa entre estados e municípios. Muitos afirmaram que não iriam cobrar a receita médica dos pais quando a aplicação das doses começasse – o Rio Grande do Sul estava nessa lista.
O intervalo entre a primeira e a segunda dose da vacina será de oito semanas - diferente dos 21 dias indicados pela Pfizer. Outras orientações incluem:
- Que as crianças sejam acolhidas e permaneçam no local em que a vacinação ocorrer por pelo menos 20 minutos após a aplicação, facilitando que sejam observadas durante esse breve período;
- Que os pais ou responsáveis sejam orientados a procurar o médico se a criança apresentar dores repentinas no peito, falta de ar ou palpitações após a aplicação da vacina;
- Que as crianças que completarem 12 anos entre a primeira e a segunda dose, permaneçam com a dose pediátrica da vacina Comirnaty.