A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) posicionou-se de forma favorável à vacinação contra covid-19 em crianças de cinco a 11 anos. Em nota divulgada na segunda-feira (3), a entidade ainda se mostrou contrária à consulta pública realizada pelo Ministério da Saúde sobre o tema, afirmando que a vacinação em crianças "não deve ser uma questão de opinião, mas, sim, uma estratégia de saúde pública".
Na nota, a Asbai apresentou dados sobre a eficácia e a segurança da imunização infantil a partir de pesquisas realizadas em países que já vacinam crianças, como os Estados Unidos, por exemplo. A associação afirmou ainda que, embora a doença seja mais branda em crianças quando comparada a adultos e idosos, casos de doenças graves e óbitos ocorrem nesta faixa etária e que a presença de comorbidades pode contribuir para o risco de diferentes manifestações relacionadas à covid-19.
De acordo com os dados notificados à Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 30 de dezembro de 2019 e 25 de outubro de 2021, crianças menores de cinco anos representavam 2% dos casos globais notificados e 0,1% das mortes globais notificadas. As crianças mais velhas e os adolescentes mais jovens (faixa etária de cinco a 14 anos) são responsáveis por 7% dos casos globais relatados e 0,1% das mortes globais relatadas.
A Asbai destacou que o benefício da imunização dessa faixa etária seria evitar mais hospitalizações e mortes, além de reduzir a transmissão do vírus em ambientes familiares e escolares.
Clique aqui e confira na íntegra o posicionamento da Asbai.
Abaixo a conclusão da nota emitida pela entidade.
"CONCLUSÃO
Diante de todos os dados apresentados, a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) se manifesta totalmente favorável à imunização contra a COVID-19 em indivíduos entre 5 e 11 anos, para a proteção não somente deste grupo, mas também de seus conviventes. A vacinação de crianças, demonstrada sua eficácia e segurança é fundamental para o controle da circulação do vírus e proteção de indivíduos cuja resposta vacinal pode não ocorrer de modo eficiente, como os imunocomprometidos.
Portanto, a ASBAI considera que uma consulta pública não cabe, uma vez que a indicação de imunização de pessoas entre 5 e 11 anos não deve ser uma questão de opinião, mas sim uma estratégia de saúde pública fundamental para o controle da pandemia que nos assola desde março de 2020 com todas as suas graves consequências econômicas, sociais, emocionais e efeitos na saúde individual e coletiva."