O Instituto Butantan divulgou nesta terça-feira (9) novos dados sobre a segurança da vacina CoronaVac para prevenir a covid-19 em crianças e adolescentes. Resultados ainda preliminares de ensaios clínicos de fase três, que são realizados na África do Sul, Chile, Malásia e Filipinas, comprovam que o imunizante é seguro para a faixa etária dos três aos 17 anos. No Brasil, a CoronaVac só é usada em pessoas com mais de 18 anos.
Os estudos foram coordenados pela Sinovac, farmacêutica chinesa responsável pela criação do imunizante, e parceira do Butantan no desenvolvimento da vacina no Brasil.
Os testes, que ocorrem desde outubro, envolvem 2.140 jovens de seis meses a 17 anos e devem prosseguir para avaliar a segurança da vacina em bebês de seis meses a três anos. Os resultados dos dados de segurança revelaram que a incidência de efeitos adversos após a segunda dose da CoronaVac foi muito menor do que quando da primeira dose. Os efeitos adversos locais envolveram principalmente dor no local da injeção, dor de cabeça e febre. Não ocorreram efeitos adversos graves suspeitos e inesperados.
O ensaio é multicêntrico (feito por vários centros de pesquisa ao mesmo tempo), randomizado (com integrantes escolhidos de forma aleatória), controlado por placebo (parte dos voluntários recebe vacina, enquanto outra parte, uma substância sem efeito) e duplo-cego (nem voluntários nem aplicadores sabem quem recebeu vacina e quem recebeu placebo).
Chile, Equador, El Salvador, Colômbia, Camboja e Indonésia já aprovaram o uso de CoronaVac para pessoas saudáveis na faixa de três a 17 anos. Na China, até o final de outubro mais de 110 milhões de doses da vacina do Butantan e da Sinovac foram administradas a menores de 18 anos, afirma o Butantan.
Anvisa ainda precisa aprovar o uso no Brasil
Em agosto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negou o primeiro pedido feito pelo Butantan para que o imunizante pudesse ser usado na faixa de três a 17 anos. Na ocasião, a Anvisa afirmou que faltavam informações para comprovar a eficiência e a segurança da CoronaVac para esse grupo. Nos próximos dias, o instituto deve submeter os novos dados à agência.
No momento, apenas a vacina da Pfizer está autorizada pela agencia reguladora para ser aplicada em adolescentes de 12 a 17 anos.