A prevenção e o tratamento contra o coronavírus têm de seguir preceitos médicos, enfatizou nesta segunda-feira (2) o presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremers), Eduardo Trindade. O alerta se refere a episódios de promessas de imunização contra o coronavírus por meio de orações, atos ditos milagreiros ou até simpatias que se espalham país afora nos últimos dias e não devem ser levadas em consideração, segundo ele. No Brasil, há dois casos confirmados da doença e 252 suspeitos, sendo 27 deles no Rio Grande do Sul.
No domingo (1º), a Catedral Global do Espírito Santo, igreja localizada na zona norte de Porto Alegre, realizou culto no qual prometia proteção contra o coronavírus e qualquer epidemia com um óleo.
Em fevereiro, no Rio de Janeiro, uma instituição religiosa anunciou "vacinar" fiéis que tomassem tão somente meio copo d'água abençoada que conteria o remédio introduzido no líquido por meio de espíritos. Ao ingerir a dose, a pessoa estaria protegida de diferentes tipos de gripes, como coronavírus, sars, mers e H1N1.
— Ninguém é contra e espiritualidade e a religiosidade das pessoas. Sabemos que a fé, independentemente do credo, pode trazer benefícios para a saúde, mas, de forma alguma podemos dizer que água benta ou um passe espiritual tem poder de cura. Isso pode ser complementar ao tratamento médico convencional — pondera Trindade.
O dirigente classifica a situação como preocupante. No domingo, quando a igreja anunciou a proteção contra o coronavírus, ele chegou a solicitar auxílio do setor jurídico do Cremers para estudar providências, mas como a entidade só pode investigar médicos, a ideia é aguardar o desfecho do inquérito aberto pela Polícia Civil que apura suposta prática de charlatanismo.
Mapa do coronavírus
Acompanhe a evolução dos casos por meio da ferramenta criada pela Universidade Johns Hopkins: