Passageiros com viagem programada para a Itália, tendo o país europeu como destino final ou ponto de conexão para outros lugares, devem entrar em contato com os agentes ou as companhias aéreas que emitiram os bilhetes. Diante da disseminação do coronavírus em território italiano, as empresas ainda não emitiram comunicados com orientações sobre como os viajantes devem proceder.
Segundo João Augusto Machado, vice-presidente de Relações Externas da Associação Brasileira de Agências de Viagem no Rio Grande do Sul (Abav-RS) e vice-presidente de Marketing e Eventos da Abav nacional, o fato de o registro das mortes e o aumento da preocupação com o coronavírus na Itália ter coincidido com o período de Carnaval no Brasil pode estar alterando os fluxos de informação, que devem ser normalizados a partir desta quarta-feira (26).
Machado lembra que, quando eclodiu o surto do coronavírus em Wuhan, na China, as empresas aéreas logo se organizaram para orientar os passageiros, permitindo cancelamentos e trocas de itinerários gratuitamente. Os seguros de viagem também operaram bem, diz o representante da Abav, cobrindo, em alguns casos, taxas não reembolsáveis de desistência em hotéis.
— A cadeia do turismo atendeu ao problema da China — comenta Machado.
— As companhias hoje estão mais compreensivas. Quando tem voos para os Estados Unidos durante o auge do inverno e os aeroportos fecham ou têm previsão de fechar, muitas já permitem alterações sem custo — exemplifica.
Agora, cria-se a expectativa para aqueles que vão à Europa, passando pela Itália ou desembarcando lá. Quem já quiser cancelar a viagem, por precaução, precisa procurar a agência de turismo ou empresa aérea o quanto antes, tentando traçar um plano alternativo. Passageiros com embarque previsto para os próximos dias enfrentarão um período de muitas incertezas: há cidades em quarentena, monumentos fechados à visitação do público, falta de produtos no comércio, entre outras limitações. Machado ressalta que, de uma hora para outra, uma localidade pode ser fechada para entrada e saída de pessoas, como ocorreu em Wuhan.
Há ainda transtornos extras à vista. Na manhã desta terça-feira (25), o site da companhia aérea Alitalia noticiava um "plano extraordinário" da empresa diante da greve dos controladores de voo e do setor de transporte aéreo, em andamento. "A Alitalia foi obrigada a implementar um programa de cancelamento de seus voos nacionais e internacionais. Serão operados regularmente os voos de 25 de fevereiro nas faixas de horário entre 7h e 10h da manhã e entre as 18h e as 21h", esclarecia o texto, disponibilizando um link para consulta dos trajetos afetados.
De acordo com a agência de notícias AFP, 40 passageiros de um voo da Alitalia, que tinham saído das regiões do norte da Itália mais afetadas pela epidemia de coronavírus, tiveram que embarcar novamente para Roma depois de serem proibidos de entrar nas Ilhas Maurício, informou a companhia aérea