Doença silenciosa e que afeta mais de 425 milhões de pessoas no mundo, o diabetes tem estimativas preocupantes para os próximos anos. Conforme o International Diabetes Federation (IDF), em 2045 esse número terá acréscimo de 48%, passando para 629 milhões. Aqui no Brasil, dados do IDF de 2017 apontam mais de 12 milhões de diabéticos, o que coloca o país na quarta posição mundial no ranking da doença.
Como forma de conscientização, foi criado, em 1991, o Dia Mundial do Diabetes. Lembrado em 14 de novembro, data do aniversário de Frederick Banting, um dos pesquisadores que descobriu a insulina, o dia alerta para os riscos do diabetes e como preveni-lo.
Em alusão ao dia, o Instituto da Criança com Diabetes, de Porto Alegre, abre as portas da instituição para receber pacientes, familiares e comunidade em um evento que promete entreter e informar sobre a doença. As atividades ocorrem das 10h às 13h30min, na Rua Álvares Cabral, 529. A programação pode ser conferida na página do Facebook.
Abaixo, reunimos informações sobre a doença. Leia:
O que é?
O conceito básico do diabetes é a glicose alta no sangue, explica Guilherme Rollin, chefe do Serviço de Endocrinologia e Nutrologia do Hospital Moinhos de Vento.
Quais são os tipos de diabetes?
Há, basicamente, dois tipos de diabetes, o 1 e o 2. O tipo 1 é uma doença autoimune, ou seja, aquela em que o sistema imunológico produz anticorpos que destroem o próprio pâncreas, fazendo com que a capacidade de produzir insulina seja perdida.
Já o diabetes tipo 2 é o que afeta a maior parte da população e tem relação íntima com a obesidade.
—Geralmente, ocorre em pessoas a partir dos 35, 40 anos, embora nos últimos anos tenha aparecido em crianças — diz Rollin.
Nesses casos, há dois fatores preponderantes: a resistência à insulina e sua produção insuficiente. Na prática, sem a ação da insulina, o corpo não metaboliza a glicose, que fica circulando no sangue, causando uma série de complicações.
Tem como prevenir?
Sim. Para evitar o diabetes, é fundamental fugir do principal fator de risco, que é a obesidade. Isso significa manter uma alimentação equilibrada e praticar exercícios físicos com regularidade. Quem tem casos da doença na família precisa de atenção redobrada. A recomendação é ter um acompanhamento médico regular.
Tem tratamento?
Sim. Tratar o diabetes requer praticar exercícios, ter uma alimentação saudável – sem excesso de carboidratos e gorduras saturadas – e com medicações que podem ajudar o pâncreas a produzir insulina ou ajudar na ação da insulina. Novas gerações de medicamentos podem atuar no fígado e até mesmo auxiliar na redução de peso. Nos pacientes com diabetes tipo 1, o uso de insulina é obrigatório, eles dependem dela para sua sobrevivência, diz Rollin.
Diabetes é grave?
Sim. Rollin lembra que, do ponto de vista da saúde pública, é muito importante discutir o diabetes, pois ele traz complicações cardiovasculares (como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, amputação de membros inferiores), problemas renais (levando a insuficiência renal e diálise) e na retina, podendo causar cegueira. Além disso, o diabetes está bastante relacionado a diversos tipos de câncer, como de pâncreas, mama, endométrio, rim e ovário, por exemplo.